Setembro Amarelo – A luta pela vida – Parte II

Um dos lugares mais difíceis para se estar é o lugar do outro, pois esse é repleto de espelhos que refletem em si ações que fazemos ou omitimos, porém em muitas vezes, dos nossos limitados ângulos, somos incapazes de sequer procurar enxergar a nós mesmos e os demais.

Esse ato de olhar e de estender uma mão amiga para si mesmo ou para o próximo, pode simplesmente salvar vidas.

Espelhos têm por trás de seus reflexos, duras, mas penetráveis hastes de metal capazes de quebrar mais fácil que o cristal.

Em um mundo contemporâneo cada dia mais globalizado, dinâmico e competitivo, compensa lembrar que somos humanos, que somos pessoas, que compensa e muito ter um olhar mais analítico, mais cirúrgico, e que sabe estender as mãos a quem precisa de ajuda.

Saiba que todo ser humano é responsável pelo bem que faz e que não faz a si mesmo e aos seus semelhantes. Até mesmo fazer nada é fazer algo.

Existem pessoas quietas com olhares vibrantes, mentes turbulentas, barulhentas e angustiadas que precisam de ajuda.

Quem se omite diante dos sinais de sofrimento alheio podendo ajudar, vira as costas para o bem de certo modo, e é conivente com a dor.

O processo de ajudar o próximo de forma voluntária, sem esperar algo em troca envolve o “amor” na sua mais pura, bela e imensurável essência.

É preciso lembrar que a solidão, que a tristeza, depressão, ansiedade, crises de pânico, “suicídio” e outros, podem ser remediados com o cuidado alheio, com ajuda profissional e demais medidas de significativas relevâncias, mas, são curadas, sobretudo, com boas doses de pedidos de ajuda, fé, reflexão, autocuidado, planejamento, amor próprio e ao próximo.

Somos eternos aprendizes de nós mesmos e dos variados contextos na escola da vida. Cabe a nós buscarmos compreender melhor os porquês, onde, como e quando compensa dedicar tempo, recursos, habilidades e energia, bens valiosíssimos da vida que merece ser bem vivida.

Erros e tropeços acontecem na caminhada existencial, no entanto, compensa buscar os consertos necessários e não perder o encanto.

Às vezes precisamos saber reconhecer nossos erros, nossas limitações, nos reestruturarmos, nos repaginarmos, realinharmos e desenhar novos cenários necessários para que existam melhores “estados”.

Lembre-se que na história “o patinho feio é na verdade um belo cisne”. Compreenda que temos o poder da decisão, que temos as chaves das portas das escolhas em nossos pensamentos e ações, e que as ações são reflexos dos espelhos da mente.

O medo de pensar e agir de forma diferente, de sair da zona de conforto, limita muitas pessoas e pode vir a impedi-las de buscar novas alternativas para resolver problemas.

Quando os pensamentos são insalubres e o cenário é doente, precisamos nos aprofundar nas raízes da doença e fazer mais do que tratar os sintomas com medidas paliativas, precisamos buscar compreender e tratar as causas em prol da cura gradativa e diária.

Não se mostra muito sábio permitirmos que o teatro das ilusões e desilusões contamine nossos corações e contribua para que nos tornemos piores versões.

O livre arbítrio existe e é direito ético e moral de cada ser humano, cada um pode definir os seus objetivos, princípios e valores através das escolhas, como irá abrir e fechar portas e janelas, desde que isso não reflita de forma negativa no próximo e na sociedade como um todo.

Parece ser sábio buscar retirar o que fere para inserir o que cura. Por vezes se fazem necessárias transfusões de pensamentos alicerçadas nas ações positivas.

Transcende as barreias mais facilmente quem compreende a linha tênue entre as escolhas, consequências e resiliências, e que busca se enxergar melhor com seus atos diante dos espelhos da vida.

Busque crescer cada vez mais, mas não se esqueça de compartilhar o melhor com os demais, pois conhecimento adquirido, não utilizado e compartilhado, tende a ser perdido. Nunca se esqueça que todos nós já fomos ajudados.

Qualquer árvore já foi semente um dia. Toda pessoa já foi um bebê que precisou de ajuda. Ninguém faz nada sozinho. Se você pensa desse modo; “semente”.

O altruísmo navega contra as marés dos falsos paraísos.

Vale lembrar que “apenas o homem pode tornar-se o canibal de si mesmo”, que “o segredo de observar os milagres consiste em contemplar os detalhes”, que “se a vida é breve, não compensa não ser leve”, e sobretudo, que: “após a noite sombria existe a luz de um novo dia”.

Se viver é costurar um texto, costure bem a sua história.

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.
Imagem: Miguel Garcia

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