Princípios e Conceitos da Ciência Logosófica (3)

A Redenção de Si Mesmo

Qual a origem dos erros? Basta pedir perdão? Do que preciso para me redimir?

Quando reflito sobre os erros que cometi no passado consigo enxergar o quão inocente e inconsciente fui, mas nem sempre tive essa visão.

Primeiro, como comentei anteriormente, eu sequer identificava tais erros, ou então os atribuía aos outros. Depois, já sendo capaz de identificá-los, era invadido por um pensamento de pesar e culpa.

Como você se sente quando comete um erro?

Ainda bem que há solução!

Aprendi que nossos erros devem se tornar conhecimentos para que não ocorram novamente. Trabalho na área de aviação e a cada acidente uma investigação minuciosa é feita com o objetivo de aprimorar todo o sistema para que aquele erro jamais volte a acontecer.

Com a Logosofia o mesmo se dá, mas com o foco voltado à vida de cada um. Precisamos parar de lamentar o passado e enxergar nos erros a experiência que deve ser base dos dias que virão.

Contudo, ainda que se tornem conhecimento, os erros do passado não se apagam imediatamente – já se tornaram dívidas. O que fazer com elas?

Pecotche ensina no livro Curso De Iniciação Logosófica:

[…] “aliviaremos o peso de nossas culpas fazendo o bem com inteligência, conforme prescreve a lei universal de caridade” […]

“Ao se levar o estudo logosófico à prática, ou seja, à experiência pessoal, será necessário adestrar-se no exercício da atenção constante, a fim de que não passe inadvertido nenhum dos pequenos ou grandes acontecimentos de nossa atividade diária, externa e interna. Desta maneira irá sendo alcançado o estado consciente em todas as atuações, e tal conduta facilitará a correção quase instantânea de qualquer erro, antes mesmo de ser cometido, já que o erro tem origem na mente.”

Quando aprendo a não cometer mais os mesmos erros, estando consciente do que está ocorrendo na minha mente, e ao transformar a minha realidade e a dos outros com estes conhecimentos, começo enfim a saldar a dívida do passado.

Dessa forma, não adianta pedir perdão sobre algo que fizemos a alguém – nem a Deus. O perdão é resultado do processo de não cometer mais o erro, e isso jamais será conseguido de fora para dentro.

Ao iniciar o processo de evolução consciente, comecei também a retomada do equilíbrio na balança de erros e acertos.

Este processo, ao permitir o conhecimento do que se passa na minha mente, coloca ao meu alcance as ferramentas para antecipar os erros, devolvendo a prerrogativa de um futuro de felicidade. Fazer o bem, ao meu ver, é agir com conhecimento.

Para encerrar, mais um ensinamento de González Pecotche sobre a relação entre estes Princípios:

[…]“nos permite destacar o enorme valor do processo de evolução consciente, o qual, ao mesmo tempo que depura o indivíduo de tudo de mau e inservível que atormenta sua existência, concede-lhe a vantagem de supri-la com o que lhe seja útil e realmente bom, e essa série de mudanças constitui o princípio básico no qual vai sustentando sua própria redenção. Isto é o que todos podem fazer por si mesmos, sem necessidade de recorrer a nenhum intermediário oficioso; ninguém pode arrogar-se esse poder a expensas de outrem, porque Deus dotou cada criatura humana para que a liberdade, o dever, o direito e a responsabilidade se consubstanciem nela como essência viva e inalienável de sua existência.”

Na próxima semana abordaremos o Princípio da Palingenesia.

Um pensamento de Lucas Borba Inácio
Docente e pesquisador da Ciência Logosófica

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(24) 988421575

*Os textos dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do Entre-Rios Jornal*

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