Princípios e Conceitos da Ciência Logosófica (4) - A Palingenesia

Há vida após a morte? Quem não gostaria de poder voltar à vida? Podemos renascer?

Talvez um dos temas que mais intrigam a humanidade é trazido à luz pela Logosofia de uma maneira simples e totalmente alcançável. Podemos renascer!

Palingenesia é um termo que provém das raízes gregassignifica “nascer novamente”. Ela é possível pois o homem possui duas naturezas: uma física — ligada às nossas questões biológicas; outra espiritual — ligada à nossa consciência e evolução. No primeiro nascimento, o físico, todas as atividades biológicas começam a ocorrer e assim prosseguem até o momento da morte física. Isto corresponde ao único nascimento que a maioria dos seres vai experimentar.

Um segundo nascimento é possível: o da vida espiritual. Ocorre quando despertamos nossa consciência para além dos conhecimentos comuns. Este é um dos resultados do Processo de Evolução Consciente. Vejam aqui como é apresentado neste diálogo do personagem Ebel de Sándara com seu interlocutor no livro “O Senhor de Sándara”:

Ebel: […] vou me limitar a um ponto que, além de seu imediato interesse, se acha também mais próximo de nossas possibilidades; é aquele que concerne ao abandono que o homem pode fazer de uma vida durante o período de sua existência na terra, para renascer em outra eminentemente superior.

— Como pode acontecer tal coisa sem antes haver morrido? — objetou a mesma pessoa. — Teríamos que atribuir isto a um milagre…

Ebel: — Certamente, não se trata de nenhum milagre. Os milagres são contrários à realidade, sendo por isso impossível para mim não deixar de rechaçá-los. Uma vida pode ser trocada por outra, bastando apenas querer. O homem que, por própria vontade, se desprende de seus velhos e desgastados hábitos, tecidos com preconceitos ou intenções oblíquas, mesquinhas, fechadas a todo discernimento; o homem que se despe de vestes tão embaraçosas para adotar os valiosos e indestrutíveis trajes de uma concepção superior que transforme fundamentalmente seu modo de ser e, portanto, seu ser mesmo, este homem acaso não abandona a vida que estava vivendo para renascer em outra? Temos também aquele que suporta, ao longo de sua existência, períodos críticos, de pesares e sofrimentos. Dificilmente ele descobrirá como avançar até a felicidade; entretanto, se conseguir isso, não se sentirá renascer em outra vida, tal a sensação de alívio proporcionada pela mudança?… Vemos, então, que as mutações propícias à evolução espiritual do homem, seus passos metódicos em busca de estados mais elevados de consciência, implicam breves mas positivas supervivências, que o ser experimenta dentro de sua presente existência. Isso é tão real que, depois de algum tempo, custa recordar as formas anteriores de ser e de pensar, e até se torna impossível voltar a elas. O homem, valendo-se de seu espírito, pode mudar os estados de sua consciência, o que implica, tacitamente, trocar uma vida por outra de maior hierarquia moral e espiritual. […]

Abandona-se uma antiga vida, voltada somente à realidade material, por outra, mais consciente e com fins mais elevados. Não digo isto para que achem que é possível viver sem trabalhar ou sem se alimentar. Pelo contrário, nada de fundamental para a vida física deixa de ser feito, mas passa a ser feito sempre tendo como prioridade a vida gerada pelo segundo nascimento.

Estamos até aqui falando das possibilidades ainda durante nossa vida física, mas e após o apagar desta? Realmente tudo acabou?Será que a vida significa simplesmente nascer, crescer, trabalhar, ganhar dinheiro, casar e aguardar o fúnebre momento de colher lágrimas dos seres queridos que orbitam o cenário que agora observo?

Aproveito para acrescentar: desta vida, levamos tudo para o caixão ou para as cinzas? O que podemos deixar da nossa vida na vida dos outros? Não pode ser somente lágrimas!

Cada vez mais compreendo que os próximos passos não devem ser temidos, desde que tenhamos trabalhado para que esta oportunidade seja muito bem aproveitada. Senão, para que voltar? Para que a oportunidade seja novamente desperdiçada?

Podemos ver como todos os Princípios se encadeiam, em harmonia e dependência. Para renascermos em vida, precisamos evoluir conscientemente, conhecendo cada um a si mesmo e redimindo os erros evidenciados.

Não posso querer evoluir sem desapegar desses erros.Não posso esperar um retorno futuro se nada evoluí nesta vida.

Um pensamento de Lucas Borba Inácio
Docente e pesquisador da Ciência Logosófica

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