A empolgante vibração de uma torcida

É emocionante ver o seu time jogar; é emocionante participar de um jogo, de um esporte, estar também como ator principal no palco do esporte. Tantos sentimentos envolvidos, tanto para quem torce, como para quem pratica.

Seja como coadjuvante, torcendo na arquibancada ou pela tv... não importa, o importante são todas as emoções que o esporte proporciona.

Mil emoções, o coração vibra, o gesticular das mãos, pular quando o time está ganhando, o frio na barriga quando parece que o time vai perder.

Uma gangorra de emoções, a torcida ri, chora, pode se ficar horas com o olhar fixo, observando todas as jogadas, hipnotizado.

Quantas sensações, um misto de tantos sentimentos.

É muito bom isso: sair de um concreto, de um mundo cobrador, de um mundo avassalador que engole sentimentos, que não prioriza as emoções, e quer o tempo todo funcionamento, produção em série para rendimento, para lucros; ninguém quer saber se você não está aguentando tanta pressão, ninguém quer saber se você está bem para jornada exaustiva de trabalho, comandos, ações, produção e mais produção, sem parar...

Como é bom “um stop” no meio dessa desordem que desqualifica a natureza humana, poder priorizar estar, por algumas horas, envolto das mais puras alegrias, sensações e emoções, que é vibrar intensamente; tudo bem, o seu time pode perder e você até ficar triste, mas o que mais vale é tudo que desperta o esporte e todos os acontecimentos e emoções durante o jogo, esse contato puro com a serotonina, com a adrenalina, noradrenalina, ocitocina etc.

E por algumas horas, esquecer toda a robotização, redução ao homem e toda a desqualificação de suas necessidades tão fundamentais.

Além de um sentimento real, verdadeiro e nutritivo que se forma em torno dos esportes, há exceções, mas, no geral, é algo muito propício e saudável, é algo humano.

Aproxima-nos enquanto espécie e faz com que nos sintamos mais vivos, com maior prazer e motivados naturalmente.

Os sentimentos agradecem, a vida agradece.

Não somos robôs e sentir é algo saudável e emocionante, claroque nem sempre são boas as emoções, perder ou ganhar faz parte de qualquer esporte, de qualquer jogo, competir com fortes emoções, estar preparado para vivenciar cada etapa desse jogo, com dedicação, com sabedoria, com garra, coragem, com sagacidade.

No coletivo, somos muito mais fortes, pena que isso não seja colocado em prática sempre, mas tudo é aprendizado, tudo é exemplo de como podemos viver melhor.

Unidos somos mais fortes.

Juntos somos um.

Vale a pena exteriorizar sentimentos, vale a pena um grito forte e cheio de energia: Vaiiii!!! Vaiii!! É Campeãoooo!!! Vale muito colocar em palavras e em gestos aquilo que faz vibrar o coração! Com a mão, também expressar tão forte sensação! Vibrar forte, mexendo a mão de um lado para o outro, pulando, gritando! Êeehhh!!! A alegria toma conta de toda a gente, a alegria se torna legítima!

Quantas emoções incríveis e que são propulsoras de renovação e de saúde para a mente e o coração, com atitudes, palavras, gestos verdadeiros, espontâneos e muito, muito bons.

Assim como na alegria da vitória, deixar o choro extravasar, ficar chateado, exaltado, irritado porque o time não chegou à vitória, também faz parte dessa complexidade bonita e antagônica das disputas, um vai ganhar, e o outro irá perder, e nesse cenário, observa-se a alegria em oposição à tristeza.

Mas o que realmente vale é o sentimento comum: "Torcer", jogar, fazer o seu melhor.

Assim como a vida, um dia ganhamos, no outro perdemos, mas no esporte ninguém precisa ficar contido, esse é o grande diferencial, o grande "barato", você não está no escritório, você não precisa se conter, pode externalizar tudo que sente e, de alguma forma,isso contribui muito para deixar o corpo, a mente e a alma muito mais leves, independente de resultados, e mais preparado para toda e qualquer emoção.

A vida na sociedade também poderia nos permitir mais, como o esporte, permitir dizermos mais aproximadamente o que sentimos, expressarmos as vontades, ainda que de uma forma mais educada, mas que todos pudessem exteriorizar o sentir de uma forma mais cotidiana e, com certeza, teríamos pessoas mais saudáveis, uma sociedade menos disfuncional.

Enquanto esse momento não chega, vamos participando desse mundo dos esportes que tanto nos empolga e nos permite livremente sentirmos o que quisermos.

Por emoções mais saudáveis, por sentimentos mais reais, por pessoas mais equilibradas. Por valorização real e natural daquilo que realmente somos. Por mais humanidade e menos robotização.

Por Patrícia Tavares

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