O Uruguaio

Mesmo atuando no pais há algum tempo, Arrascaeta parece não compreender a língua falada pela maioria dos jogadores daqui: o Gabiguês.

Ele não reclama dos companheiros, não questiona o treinador, muito menos entende as expressões com que seus colegas batem boca com a arbitragem.

O único idioma que conhece e pratica ele reserva para jogar futebol.

Porque se aprender o Gabiguês, vai perder o fôlego discutindo, esbravejando, tomando cartão amarelo e deixando uma péssima imagem como exemplo às gerações que desejam compreender como os craques se comunicam em campo.

Se dominasse o Gabiguês vulgar, perderia a concentração, a sua lucidez para perceber, num relance, que o Cássio estava mal colocado. E, naquele segundo de bola roubada, mal teria o reflexo para por em prática seu inesgotável repertório. E colocar a bola no seu ângulo esquerdo.

Nosso país, de tantos verbetes, sotaques e expressões, poderia levar ao Catar um atacante com todas as qualidades para nos ajudar a trazer o hexacampeonato.

Bastaria o Gabigol aprender o "Uruguaio". E calar a boca. Prestar mais atenção no serviço. E jogar mais futebol.

Por José Roberto Padilha 
Imagem: Reprodução do colunista

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