Igreja de São José Operário: 70 anos pelos trabalhadores e suas famílias



Nessa quarta-feira, 24 de agosto de 2022, celebramos os 70 anos da bênção e inauguração da Igreja de São José, no Bairro do Triângulo, em 1952, por Dom Rodolfo de Oliveira das Mercês Pena. Tenho o privilégio de compartilhar alguns elementos da síntese histórica de nossa matriz, escrita por Dona Rosenda Alcântara de Moraes.

Havia no bairro a Escola Estadual do Triângulo, dirigida pelas professoras Dulce Ney Serrão e Gerarda Borges e sempre visitada pelo Vigário de Três Rios, Padre José Mayer, SDV.

Numa dessas visitas o vigário lançou a ideia da construção de uma capela no bairro, a qual foi imediatamente aceita. O Sr Francisco Ignes de Souza, de pronto, ofertou o terreno.

Em 4 de outubro de 1944, numa Assembleia Comunitária, com o apoio de Dom Rodolfo e do missionário Pe Clemente, SDV, 25 homens criaram a Associação de São José e elegeram a Diretoria: Presidente: Virgílio P de Almeida; Vice-presidente: Carlos José de Souza; 1º Tesoureiro: Frederico J Noel; 2º Tesoureiro: Francisco Augusto de Lima Barros; 1º Secretário Hugo José Kling; 2º Secretário: Raimundo Luiz Filho – que após três meses precisou pedir demissão e foi substituído pelo Sr Vicente Paulo da Silveira - ; Procurador: João Camilo da Silva.

Entre os 25 fiéis presentes na referida assembleia fundacional temos os senhores Darcy Cesar Guimarães, Durvalino José Monsores, Alberto Domingos Ferreira, Dario de Moraes, Carlos de Carvalho Marques e Geraldo de Moraes.

E destaque maior para as crianças da catequese que ajudavam a subir areia em latinhas e fiéis que faziam procissões de tijolos e telhas até o alto aonde se erigia a capela.

A escolha de São José como padroeiro deu-se através de uma ampla consulta entre os moradores do bairro até a Ponte das Garças.

Foram apurados cerca de 500 votos que escolheu São José, ao lado de Nossa Senhora de Lourdes e Santo Antônio.

Quatro anos depois, em 12 de outubro de 1948, um violento vendaval destruiu a capela, ficando de pé somente a parte do altar-mor.

Mas a comunidade não se deixou abater. Retomou a construção e em 24 de agosto de 1952 teve o sonho realizado, a inauguração da segunda igreja católica de Três Rios.


A partir de então o Grêmio Musical Primeiro de Maio abrilhantava as festas do padroeiro em 19 de março e 1º de maio.

A Banda vinha acompanhada do povo desde a Matriz de São Sebastião e tocava na coroação,liderada por Arlete Siqueira de Alcântara, e durante toda a festa.

A caminhada eclesial enriquecida pelas instituições católicas do Apostolado da Oração e da Conferência Vicentina de São José gerou uma comunidade acolhedora e aberta às renovações do Concílio Vaticano II. Concomitantemente a cidade crescia como a Cidade Industrial do Estado do Rio de Janeiro, o que resultou na elevação da capela à Paróquia de São José Operário, em 26 de junho de 1955, por Dom José Costa Campos.

E desde então, o forte sentido de comunidade agregou as pastorais emergentes inspiradas também nas Conferências Episcopais de Medellin e Puebla, cuja as expressões pioneiras foram as criações das CEBs-Comunidades Eclesiais de Base, as pastorais do Batismo, Catequética infantil de Jovens e adultos, Familiar, Pré- matrimonial, Litúrgica, do Tabernáculo, Afro-brasileira, Operária, da Criança, da Pessoa Idosa, da Saúde, da Mulher em situação de prostituição, da Sobriedade e da Juventude. Desta brotaram as primeiras vocações específicas: Irmã Eliene, os padres Djalma, Rene e José Maria e o Seminarista Caio.

Nasceu também o CITEP-Curso de Iniciação Teológica e Pastoral, a RCC – Renovação Carismática Católica. Ainda o Clube de Mães pela inclusão das mulheres marginalizadas.

Para inclusão social e eclesial de jovens as Oficinas de Música e capoeira da Escola Frei Neylor Tonin. A Pastoral Social integra os serviços de psicologia, psiquiatria e pediatria.

E também de apoio jurídico aos empobrecidos. Acolhemos o ecumênico e nacional Movimento Fé e Política. Mais recentemente o Movimento das Mães que oram pelos filhos e o Terço dos Homens.

Sublinhamos ainda nessa rica história a presença dasreligiosas das congregações Missionárias de Jesus Crucificado, Irmãs Catequistas Franciscanas e dos Frades Franciscanos. Atualmente, as Irmãs Filhas de São José. Uma gratidão especial ao Pe Pedro Mendes Rodrigues, o Pe Pedrinho, que muito colabora no conjunto da vida paroquial.

A multiplicação das comunidades possibilitou a criação da Paróquia de Santa Luzia, desmembrada de nossa paróquia que hoje consta de cinco comunidades nos bairros do Triângulo, Moura Brasil, Pilões, Ponte das Garças e Ponto Azul.

Estas são a comunhão das diversas pastorais, dos Círculos Bíblicos, da Liturgia Semanal e dos serviços sociais.

Destaque para o Almoço da Solidariedade para desempregados e moradores de rua e da Pastoral da Partilha que distribui centenas de cestas básicas para a segurança alimentar dos despossuídos.

E a comunhão de todas as comunidade e pastorais é incentivada e articulada pelos Conselhos e Assembleias Pastorais.

Louvemos a Deus pela graça do septuagésimo ano de nossa história em busca da evangelização do mundo dos trabalhadores! E parabenizemos o voluntariado de leigos e leigas na rica e plural missão que assumem!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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