Uma Bandeira chamada Tereza


Se para nossa frágil memória fica difícil lembrar que era assim, imagine para as novas gerações, abastecidas pelo bom gosto da Emotion, a exclusividade da Carmen Stefens, as criativas soluções para presente da Opção, saber que nos anos 60/70 não havia uma só boutique na cidade.

A história está aí para registrar que as sapatarias sempre existiram. E que os armazéns se espalhavam pelos cantos à espera que Josemo Corrêa de Mello chegasse . E os reunissem em um só.

Farmácias eram poucas, mas farmacêuticos amigos, que faziam a limpeza dos nossos ouvidos, resolviam as micoses sem hora marcada e sem Unimed, eram muitos.

Mesmo com a Imperatriz, da Dona Leninha e do Tuffy Chimelli, atenuando o vazio das opções na arte do bem vestir, faltava para o nosso guarda-roupas uma boutique. Uma loja dedicada ao comércio de artigos requintados, roupas finas, acessórios...

É nesse momento que surgem os empreendedores, e olha que nem existia o Sebrae. Visionários a captar uma carência da vida da sua gente.

Pessoas sensíveis a entender que não dava mais para as trirrienses irem a um aniversário, casamentos, bailes, com uma saia que todas as suas amigas tinham uma igual.

É nesse momento que Três Rios vê ser erguida, num cômodo de uma nobre residência, uma bandeira do bom gosto. Um bunker em prol da excelência e da arte de se vestir.

Se, hoje, somos uma cidade pólo, com Lojas Americanas e Shoppings nível Américo Silva, é porque lá atrás surgiu entre nós uma pioneira chamada Tereza Bandeira.

Resta a Três Rios, orgulhosa de seus filhos, descerrar a sua bandeira e declarar, por três dias, luto oficial em respeito àquela glamourosa mulher que nos tornou mais elegantes. E bem vestidos.


Por José Roberto Padilha
Fotos: Reprodução

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