O Inferno tem dessas coisas

Ele não alcançou o carisma do Fred, que saiu do futebol ovacionado pelos tricolores pela porta da frente. Porém, não jogou apenas uma partida, marcou um gol ou defendeu seu manto por uma só temporada para sair, cabisbaixo e esquecido, pela porta dos fundos do Flamengo.

William Arão ficou 7 temporadas, jogou 376 partidas, realizou 30 assistências e marcou 35 gols. E jogando lá atrás, distante do gol.

Ajudou o clube a vencer 4 campeonatos cariocas, 3 Taças GB, 2 Brasileiros e 1 Taça Libertadores. Não é pouca coisa.

E o Maracanã, lotado contra o Atlético-MG, saudou, na quarta-feira (13), Arturo Vidal, que ainda nem entrou em campo. E deixou quem suou seu manto uma porrada de vezes ir para a Turquia sem uma só salva de palmas.

A memória do torcedor é maior apenas que a razão que sobrou do seu fanatismo. É fraca, mas como dói!

O Inferno, e seu calor, pecadores por todo o lado, uns querendo vingança, tem dessas coisas. Tudo bem que não foi ao Céu, como Frederico, mas tinha um Posto Ipiranga no caminho da ingratidão chamado Purgatório.

Seria bem mais justo com William Arão.

Por José Roberto Padilha 

Imagem: Reprodução do colunista/ Divulgação CR Flamengo

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