Da Série "Testemunha Ocular da História" 3

Fiz pouquíssimos gols em 17 anos de carreira.

Dando os descontos porque durante seis anos, dois meses e alguns dias estava entregue ao Departamento Médico, até que 86 gols, sendo 28 cobrando pênaltis, foi razoável.

Não por falta de treinamentos, como vocês podem ver ao lado de duas testemunhas oculares ds História: o treinador Paulo Emilio, e do Flávio, o Minuano.

Mas porque desde garoto, jogando no meio campo, como armador de jogadas, você sempre tinha um artilheiro a servir. Eram passes que não eram valorizados e que, hoje, se transformaram em preciosas assistências.

Duro foi quando fui jogar no Santa Cruz, em Recife, e minha família, nós anos 70, sem rede social, só tinha notícias e imagens durante os gols do Fantástico. Como não era citado pelo Léo Batista, minha mãe ficava preocupada. "Tens notícias do Robertinho?" Perguntava ao meu pai.

Daí desenvolvi uma estratégia: em cada gol do Nunes, Betinho e Luiz Fumanchú, dava o pique e era o primeiro a abraçar. Com um braço só. O outro era um aceno para minha mãe dizendo que seu menino Armandinho estava bem, obrigado.

Fazer o que se gols não fazia?



Por José Roberto Padilha 
Imagem: Reprodução do colunista

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem