Cada vez mais frios e calculistas



Quem mandou ser do tempo em que os gerentes do Banco do Brasil eram recebidos como autoridades? Um tempo em que alugavam as melhores casas, se tornavam Cidadãos Trirrienses, tinham livre acesso ao prefeito, comandantes, delegados e juízes.

Eles recebiam pessoalmente empresários e correntistas. Com a mesma cortesia. Concediam ao Severino, dono da Csmisa 10, a mesma atenção dada ao poderoso Carlos Sola.

De alguns anos para cá, foram substituídos por crianças gerentes porque o atendimento se tornou cada vez mais digital. Crianças que sabem tudo de computador, mas sem vivência social. Sem o peso dos anos para entender que por trás de um CPF tem cidadãos locais com histórias de luta, resistência e sobrevivência

E de posse de um CNPJ, empresários que abrem e fecham negócios, empresas, que contratam e demitem empregos da nossa gente.

Acabo de chegar do Bradesco onde fui renegociar minha dívida com cartões de crédito. E o gerente criança disse que se o acordo fosse feito por ele, na agência, os juros seriam de 2%. Caso entrasse no site do banco, os juros seriam de 0,99.

Os bancos não querem mais gente. Seja ela idosa ou jovem. O triplo de caixas eletrônicos surgem nas agências na medida em que os caixas humanos desaparecem. E velhos clientes também.

Estranho e injusto. A expectativa de vida aumentar enquanto diminui a paciência dos bancos com os mais idosos.

Antes, nossa meta era a Poupança. Todo mês sobrava. Agora, somos reféns dos cartões, e todo mês falta. Fizeram da gente, como objetivo maior de uma sociedade capitalista, eméritos consumistas.

Pobre Marx, bem que tentou. Mas o capital venceu o social. Definitivamente.

Foto: Reprodução do colunista

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