Retratos de uma vida

Ainda bem que o futebol nos permitiu conviver com alguns artistas da bola. Como Geraldo. Fui do estádio ao hotel, em Miguel Pereira, carregando um exemplar nas mãos enquanto ele a conduzia com os pés.

Naturalmente. Ele e a bola eram cúmplices assim.

Aí nosso treinador, formação rígida, militar, exigia que se empenhasse em correr atrás dos outros. Ele sabia que nascera para voltar no trote, respirar e se posicionar, deixar o Zé Roberto, o Merica, roubarem a bola e lhe entregar. Para fazer uma obra de arte que muitos poucos sabiam fazer igual.

Cada um cada um. Não são 11?

Afastado do time, que foi jogar no nordeste, ficou no Rio treinando ao meu lado, que vinha de contusão, e era a brecha que Dr. Célio Cotecchia queria para operar suas amígdalas.

O resto da história, infelizmente, vocês conhecem. O futebol arte perdeu um dos mais promissores jogadores da geração arte.

Saudades desse grande amigo.

Por José Roberto Padilha 
Imagem: Reprodução

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem