Bruno Pereira e Dom Phillips, em defesa da Amazônia

Compartilhamos o gesto macro ecumênico condenatório do assassinato dos dois indigenistas acima referidos e de exigência profética das autoridades quanto à proteção de todos quantos defendem a Amazônia, mediante a CARTA ABERTAPELA APURAÇÃO E PUNIÇÃO IMEDIATA DOS ENVOLVIDOS NO ASSASSINATO DO INDIGENISTA BRUNO PEREIRA E DO JORNALISTA DOM PHILLIPS EPELA ADOÇÃO DE MEDIDAS GOVERNAMENTAIS PARA PROTEGER OS DEFENSORES DA AMAZÔNIA, assinada em Brasília-DF, 17 de junho de 2022; e dirigida aos excelentíssimos senhores: Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal; Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal; Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados; Humberto Eustáquio Martins, Presidente do Superior Tribunal de Justiça; Anderson Torres, Ministro da Justiça; Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente; e Márcio Nunes de Oliveira, Diretor Geral da PF.

“Na condição de lideranças religiosas brasileiras, oriundas das mais variadas tradições espirituais, integrantes do Conselho Consultivo da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil (IRI-Brasil), expressamos nossa profunda indignação e tristeza com o cruel assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, pegos por criminosos no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, estado do Amazonas.

Queremos, nesta ocasião, pedir, respeitosamente, a todos os senhores, como autoridades das mais altas esferas públicas do estado brasileiro, submissos ao intransigível dever de defender nossa Constituição, o estado de direito e a vida, que envidem todos os esforços necessários para que a rede criminosa que planejou, financiou e executou esses assassinatos seja prontamente identificada e punida, na forma da lei, de modo exemplar, para que se interrompa essa escalada de violência na Amazônia.

Pedimos também que os senhores atuem conjuntamente para a adoção de medidas estruturais com a finalidade de proteger os povos indígenas, as comunidades locais e os defensores da floresta amazônica, como os jornalistas, cientistas, servidores públicos e lideranças sociais que atuam na região.

Nesse sentido, consideramos fundamental fortalecer o policiamento na região para desmantelar as redes criminosas que ali operam, tanto as envolvidas com o narcotráfico, o garimpo ilegal, e a exploração predatória da biodiversidade. Entendemos que, para isso, é necessário reestruturar os órgãos públicos como a FUNAI, o IBAMA e o ICMBio e fortalecer os órgãos de segurança pública.

Sabemos que essas medidas são viáveis de serem implementadas. Para tanto, é preciso tão somente comprometimento político e institucional para assegurar a plena garantia da proteção da floresta e dos povos originários, pois os senhores estão amparados pela Constituição Federal e pela sociedade brasileira para empreender essa urgentíssima tarefa.

Os senhores têm não só a investidura pública, mas sobretudo a oportunidade histórica de mudar o rumo e as perspectivas da Amazônia e seus povos.

Queremos, por fim, manifestar nossa solidariedade aos familiares e amigos de Bruno e Dom e esperamos que a qualidade da resposta dos senhores ao clamor que a sociedade brasileira vem fazendo por justiça possa representar um consolo para as famílias enlutadas e uma esperança concreta de proteção para as milhares de pessoas que estão hoje, na Amazônia, na mira desses poderosos criminosos”.

E está assinada pelos Reverendo Agnaldo Gomes, Diretor de Religiões Pela Paz Brasil; Padre Marcus Barbosa, Subsecretário Adjunto de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Pastora Romi Márcia Bencke, Secretária Geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Pastor Maruilson Souza, Membro do Conselho Coordenador da Aliança Cristã Evangélica Brasileira (ACEB); e Sérgio Napchan, Diretor Geral da Confederação Israelita do Brasil (CONIB).

Medoro, irmão menor-padre pecador
Imagem: Reprodução

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