Vale a pena ser homenageada?

Ser vetada no livro de Heróis e Heroína da Pátria por este Presidente por si só já é uma homenagem. No último dia 25 em publicação no Diário Oficial da União, o chefe do executivo vetou a inscrição da psiquiatra Nise da Silveira no livro com a justificativa de que não há como avaliar o impacto do método criado pela médica no desenvolvimento do país.

A psiquiatra humanista foi a pioneira no Brasil de um método que faz uma interação com a arte para ajudar no tratamento dos pacientes.

Contra tratamentos agressivos para transtornos mentais como eletrochoque, camisa de força e isolamento em hospício introduziu a terapia pela arte.

Como coordenadora do setor terapêutico do Centro Psiquiátrico Pedro II, conseguiu bons resultados com seus métodos.

No Brasil, ela é considerada pioneira dessa terapia conhecida e respeitada por importantes psiquiatras do mundo inteiro.

No atelier para tratamento com o método da psiquiatra, os indivíduos com transtornos mentais, eram analisados pelas séries de imagens que produziam, que funcionavam como frestas ou acesso ao mundo interno.

A confusão mental em busca da ordem e do caos. Com a colaboração de Carl Young deu significado e entendimento aos transtornos do paciente através da observação das imagens, da cor, espaço, traços, corpo, tensões que iam sendo analisadas e contribuindo para o tratamento.

A médica psiquiatra morreu no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1999, aos 94 anos de idade. Em 2015, a história dela virou filme.

Em Nise – O Coração da Loucura, de Roberto Berliner, é contado como a médica humanista enfrentou todo um sistema ao se recusar a usar os tratamentos agressivos da época em seus pacientes.

Entre várias homenagens citamos a de Frei Betto: A Dra. Nise da Silveira é a mulher do século no Brasil por ter nos dado uma visão mais humana e inovadora da loucura como expressão da riqueza subjetiva de pessoas que são consideradas deficientes mentais ou portadoras de distúrbios psíquicos.

A Dra. Nise nos ensina a descobrir por trás de cada louco, um artista: por trás de cada artista, um ser humano com fome de beleza, sede de transcendência.

Por Vera Alves

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