Queda na temperatura exige cuidados especiais com a saúde

Dias frios podem provocar desidratação, problemas respiratórios e complicar hipertensão


A intensa queda de temperatura que tem atingido cidades do Sul e Sudeste do Brasil essa semana traz um alerta importante relacionado aos cuidados com a saúde em dias frios.

Um dos principais fatores de preocupação é a umidade relativa do ar, que tende a diminuir nos períodos do ano em que a temperatura é mais baixa e ocorrem menos chuvas, como o outono e o inverno.
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal é de 60%, no entanto, as estimativas atuais demonstram a possibilidade de valores muito abaixo do recomendado. Em Três Rios, por exemplo, a umidade pode chegar a 15% nos próximos dias.

Como consequência do tempo seco, as mucosas dos olhos, da boca e do nariz ficam ressecadas, situação que favorece a atuação de agentes externos, como vírus e bactérias.

 De acordo com a otorrinolaringologista Larissa Macedo Camargo, as principais doenças que se manifestam nesse período são as infecções das vias aéreas, como rinites, sinusites, pneumonias e asma.
“Com a desidratação da mucosa, além da facilidade de aderência desses agentes externos, as células do sistema imunológico têm mais dificuldades de chegar às vias áreas.

Então, o aporte de células de proteção é reduzido”, explicou a médica, entrevistada pela Agência Brasil.
Para reduzir a possibilidade de problemas, a dica é investir na hidratação, consumindo muitos líquidos e lavando o nariz com soro fisiológico, além de usar hidratantes para evitar dermatites.

A médica orienta também deixar os ambientes limpos e arejados, e recomenda que umidificadores de ar sejam usados apenas por curtos períodos, para que não haja proliferação de mofo.

Dias frios podem contribuir ainda para a ocorrência de infarto em pacientes que apresentam fatores de risco, como aqueles que têm lesão coronária ou hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta.

Na tentativa de manter a temperatura do corpo, no frio, os vasos sanguíneos se contraem, então diminuem o diâmetro – é a chamada vasoconstrição.

A vasoconstrição pode levar ao infarto e pode piorar a hipertensão em pacientes com predisposição, disse a cardiologista Rica Buchler, diretora de reabilitação cardíaca do Instituto Dante Pazzanese, entrevistada pela Agência Brasil.

“No frio, existe a constrição do vaso, e, além dessa constrição ou ainda do espasmo do vaso, existe o aumento da viscosidade do sangue. Isso pode obstruir artéria ou ramo de artéria coronária levando ao infarto, no caso de pacientes que têm alguma lesão coronária por depósito de gordura (aterosclerose).Além disso, também a pressão arterial tende a se elevar no frio”, explicou a cardiologista.

Em relação aos do grupo de risco, além de pacientes com lesão coronária, Rica Buchler também citou pessoas que já tiveram infarto, com ponte de safena, com angioplastia, hipertensos e que já tiveram acidente vascular cerebral. 

Ela lembrou que o infarto é uma consequência de vários fatores, como pressão arterial descontrolada, diabetes descontrolado e colesterol muito alto, e que, quando paciente e médico conseguem controlá-los, a suscetibilidade ao infarto diminui, mesmo em dias mais frios.

 Para evitar os riscos das baixas temperaturas, a médica avalia que primeiramente a pessoa deve conhecer sua situação de saúde. Outra recomendação da cardiologista, é evitar sair nos horários mais frios do dia.

“Pessoas que vão anualmente ou semestralmente ao cardiologista sabem a real condição que elas têm, então elas se conhecem bem, conhecem a medicação que tomam, então essas pessoas estão mais seguras”, comentou a médica.full-width

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