Celebrar com Jesus Cristo a Semana Santa

A Semana Santa foi instituída pela Igreja em 1682 para que os cristãos pudessem vivenciar em profundidade o Mistério da morte e ressurreição do Senhor.

A cada dia ouvimos a Palavra de Deus, conservada na Bíblia, que nos faz participar de forma orante da entrega de sua vida a Deus-Pai pela libertação-salvação de todos nós.

Um convite, uma oportunidade de nos unirmos a Ele e fazermos uma experiência mais profunda da fé, que é entrega crescente, até ser radical, a Deus-Pai, pela entrega da vida, com seus dons e carismas, aos irmãos mediante o amor-serviço.

No Domingo de Ramos, celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Segundo o evangelho, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os discípulos e entrou na cidade como um rei, mas sentado num jumentinho e foi aclamado pela população como o Messias, o rei de Israel.

A multidão o aclamava: “Hosana ao Filho de Davi!” (cf. Lc 19,28-40).É o dia por excelência para acolhe-lo com Senhor de nossas vidas e da história

Na segunda-feira santa antes da morte de Jesus, de acordo com Mt 21,1-17 Mc 11,1-11 e Lc 19, 28-40 Jesus retorna a Jerusalém e, vendo as práticas comerciais vergonhosas realizadas na área do templo, reage com indignação, expulsando os vendedores e denunciando que eles transformaram a casa de seu Pai num covil de ladrões.

O evangelho de João registra ainda que Ele repreendeu a incredulidade das multidões. Oportunidade para revermos a autenticidade de nossa participação nas orações, celebrações e sacramentos em nossas comunidades, na Igreja.

Na terça-feira santa, também segundo os Evangelhos sinóticos, Jesus retorna mais uma vez a Jerusalém, onde é confrontado pelos dirigentes do templo quanto à sua atitude no dia anterior. Eles questionam a autoridade de Jesus, que responde e ensina usando parábolas como a da vinha (cf. Mt 21,33-46) e a do banquete de casamento (cf. Mt 22,1).

Há também o ensinamento sobre o pagamento dos impostos (cf. Mt 22,15) e a repreensão aos saduceus, que negam a ressurreição (cf. Mt 22,23).

Jesus faz ainda a terrível profecia sobre a destruição de Jerusalém caso os seus habitantes não creiam nele, afirmando que não restará pedra sobre pedra (cf. Mt 24,2).

Na quarta-feira santa recordamos que, antes de sua morte, os ímpios conspiram contra Jesus. Judas vai até o Sinédrio e oferece-se para entregar Jesus em troca de dinheiro, 30 moedas de prata, e a partir daí só lhe falta encontrar a oportunidade ideal (Mt 26,14-16, Mc 14,10-12 e Lc 22,3-6).

Na quinta-feira santa inicia-se o Tríduo Pascal, os três dias que culminarão na Ressurreição de Jesus. Começamos por recordar como Jesus instruiu seus amigos para a prepararem para a Última Ceia com Ele(cf. Mt 26,17).

Na Missa desse dia recordamos a Última Ceia que Jesus compartilhou com seus apóstolos, na qual instituiu da Sagrada Eucaristia, a Missa e o sacerdócio ministerial. (Mt 26,26). E recebemos o Seu Corpo e o Seu Sangue como se fosse a primeira vez.

Recordamos, numa hora de Vigília Eucarística da Paixão, o Retiro Orante de Jesus com seus discípulos no Horto das Oliveiras, onde o Cristo lhes pede que orem e vigiem, enquanto Ele experimenta grande sofrimento e agonia (cf. Mt 26,30).

Perto da meia-noite, Jesus será traído por Judas, preso e levado para a casa do sumo sacerdote (cf. Mt 26,47).

Na sexta-feira santa recordamos que, pela manhã, Jesus é levado até a presença de Pilatos, o governador romano, que repassa o caso para o rei Herodes.

Herodes o manda de volta para Pilatos, que, em algum momento no meio da manhã, cede à pressão das autoridades do templo e das multidões e condena Jesus à morte cruel por crucificação.

No final da manhã, Jesus é levado pelos soldados através da cidade até a colina do Gólgota. Ali, ao meio-dia, Ele é pregado à cruz e agoniza durante cerca de três horas.

Por volta das três da tarde, Jesus entrega o Espírito ao Pai e morre. Descido da Cruz, é colocado apressadamente no sepulcro antes de anoitecer.

Este é um dia de oração, jejum e abstinência. Este é o momento onde a Igreja recorda a Morte do Salvador.

No Sábado santo a Igreja cultiva o silêncio orante, buscando permanecer junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.

Nesse dia do silêncio, a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

O próprio Cristo está calado. Ele, que é o Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz: “Pai, por que me abandonaste?” e seu ofertório “Pai, nas tuas mãos entrego a minha vida”, agora Ele está calado no sepulcro. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloquente: “resplandece o mistério da Cruz”.

No Sábado santo ainda, a Vigília Pascal! A celebração é no sábado à noite, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chegar, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja proclama as grandes páscoas da História da Salvação e convidada os fiéis a renovarem as promessas batismais, batiza os catecúmenos jovens e adultos e convida a todos a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte e Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Entoa-se o grande Glória, o Aleluia, o brado de que Cristo ressuscitou dos mortos.

Domingo de Páscoa. Páscoa, do hebraico Pessach, significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.

O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do Domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo.

A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida.

Desejamos aos amigos leitores uma profunda espiritualidade ao longo da Semana Santa! E feliz e santa Páscoa

Por Medoro, irmão menor-padre pecador

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