E se a Guerra fosse aqui ?

Areal, nosso ex-distrito, emancipou-se em 10 de abril de 1992. Já a Ucrânia, se tornou independente da Rússia quatro meses antes: 25 de dezembro de 1991.

Levy Gasparian fez o mesmo por aqui. Letônia, Eslovênia, Lituânia e Bielorrússia fizeram o mesmo por lá.

O expansionismo e a liberdade, o direito de ir e vir, em voga à época, incentivavam que cidadãos de cada cidade, de cada país, buscassem trilhar novos caminhos.

Areal, mesmo independente, continuou nosso parceiro. Nos negócios e nas artes. Muitos continuaram a desfilar em nossas escolas de samba.

Até que Petrópolis se aproximou perigosamente de Areal. Como os Estados Unidos se aproximou da Ucrânia.

E se os americanos gostariam de anexá-la à OTAN, em busca de expandir o capitalismo ao leste europeu, a Petrotur pretendia expandir a festa do Colono Alemão em substituição a nossa cultura do samba.

De um lado, nossas raízes de resistência, ecoada das senzalas e traduzidas em batuques , danças e coreografias.

De outro, comidas, bebidas e danças típicas daqueles que escolheram nosso país para viver longe das guerras, do nazismo e da opressão.

Se a Guerra fosse por aqui, Joa Zelensky, carnavalesco nato, prefeito de Três Rios, invadiria Areal. Para resistir, manter vivas nossas tradições. Não com tanques e soldados armados, mas com Carros Alegóricos, passistas e ritmistas.

Se a Guerra fosse por aqui, não haveria mortos nem feridos. Independente de quem ganhasse, tudo acabaria em festa. A única dúvida seria se o chope servido seria da Brahma ou da Paulare.

Moral da história: nossa nobre geopolítica, o poder exercido por um país ou uma cidade em cada território, é regido não por armas de destruição. Mas por surdos, pandeiros e tamborins que nos mantém unidos e em paz.

Graças a Deus!

Por José Roberto Padilha

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