Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura (3)

Hoje já lemos a terceira parte da pertinente e relevante Mensagem do Papa Francisco para o 55º dia mundial da paz, proclamada no dia 1º de janeiro de 2022.

Que a tríplice proposta do nosso Pastor Comum - Diálogo entre gerações, educação e trabalho – para a construção da paz seja acolhida pelos cristãos e por todas as pessoas de boa vontade.


3. A instrução e a educação como motores da paz

Nos últimos anos, diminuiu sensivelmente a nível mundial o orçamento para a instrução e a educação, vistas mais como despesas do que como investimentos; e, todavia, constituem os vetores primários dum desenvolvimento humano integral: tornam a pessoa mais livre e responsável, sendo indispensáveis para a defesa e promoção da paz.

Por outras palavras, instrução e educação são os alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso.

Ao contrário, aumentaram as despesas militares, ultrapassando o nível registado no termo da «guerra fria», e parecem destinadas a crescer de maneira exorbitante. [12]

Por conseguinte, é oportuno e urgente que os detentores das responsabilidades governamentais elaborem políticas econômicas que prevejam uma inversão na correlação entre os investimentos públicos na educação e os fundos para armamentos.

Aliás, a busca dum real processo de desarmamento internacional só pode trazer grandes benefícios ao desenvolvimento dos povos e nações, libertando recursos financeiros para ser utilizados de forma mais apropriada na saúde, na escola, nas infraestruturas, no cuidado do território etc.

Faço votos de que o investimento na educação seja acompanhado por um empenho mais consistente na promoção da cultura do cuidado. [13] Perante a fragmentação da sociedade e a inércia das instituições, esta cultura do cuidado pode-se tornar a linguagem comum que abate as barreiras e constrói pontes.

«Um país cresce quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura econômica e a cultura da família, e a cultura dos meios de comunicação».[14]

É necessário, portanto, forjar um novo paradigma cultural, através de «um pacto educativo global para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras».[15]

Um pacto que promova a educação para a ecologia integral, segundo um modelo cultural de paz, desenvolvimento e sustentabilidade, centrado na fraternidade e na aliança entre os seres humanos e o meio ambiente.[16]

Investir na instrução e educação das novas gerações é a estrada mestra que as leva, mediante uma específica preparação, a ocupar com proveito um justo lugar no mundo do trabalho. [17]

Feito esse percurso com Francisco, vamos, na próxima quarta-feira encontrar caminhos para promover e assegurar a todos o trabalho que dá a paz.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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