Covid-19: cobertura vacinal com 2ª dose avança no Centro-Sul

Doses de reforço tem números tímidos no RJ; Ômicron preocupa



Um levantamento do jornal O Globo divulgado na última terça-feira (7), sobre a cobertura vacinal contra a covid-19 no RJ, demonstrou que quase um terço das cidades do estado ainda não tem metade da população vacinada com duas doses.

Os dados foram retirados do Localiza SUS, portal do governo federal alimentado pelo Sistema de Informações do Plano Nacional de Imunizações (SI-PNI), e leva em conta estimativas populacionais do Ministério da Saúde para o ano de 2020.

Segundo a reportagem, 28 dos 92 municípios do estado ainda não chegaram a 50% de sua população com o esquema vacinal completo. Dentre as cidades, Paraty tem o pior índice:apenas 24% de cobertura vacinal.

Paraíba do Sul, única cidade do Centro-Sul fluminense citada na matéria, é apresentada com apenas 37% de sua população com o esquema vacinal completo – segundo dados do SI-PNI 

Ao O Globo, a Prefeitura disse que já vacinou, no entanto, mais de 90% da população, e atribuiu a inconsistência dos dados à má condição dos equipamentos de informática deixados pelas gestões passadas, o que atrasa o envio dos números ao Ministério da Saúde.

O dado informado pela administração sul-paraibana diz respeito à vacinação com a primeira dose, conforme relatório enviado pela Secretaria de Saúde da cidade ao Entre-Rios Jornal. No documento, constam 97,92% de vacinados em relação à população elegível para ser vacinada.

A tendência é a mesma nas demais cidades do Centro-Sul fluminense:todas as outras nove já ultrapassaram 50% da população vacinados com a segunda dose.

Os dados foram obtidos em contato com as secretarias municipais de saúde ou em publicações oficiais atualizadas.

Para os municípios que não retornaram o contato até o fechamento desta matéria ou não têm publicações atuais nos canais oficiais de comunicação, foram considerados os números da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).

Depois de Paraíba do Sul, cidade com maior percentual de vacinados, está Vassouras, com 95,9%. A cidade com menor número de vacinados com a segunda dose é Valença, com 71,21%.

A demais seguem assim: Três Rios (91,9%), Rio das Flores (89,11%), Areal (83,97%), Miguel Pereira (82,83%), Comendador Levy Gasparian (82,14%), Sapucaia (81%) e Paty do Alferes (75,69%).


Festas de fim de ano

A cobertura vacinal contra a covid-19 observada no levantamento demonstra que o nível de imunização da população fluminense ainda é desigual, conforme descreve a matéria do O Globo.

O cenário é, inclusive, uma das questões consideradas pelo comitê científico do governo do estado para as decisões sobre as festas de fim de ano.

A grande preocupação com as prováveis aglomerações no revéillon é com a chegada da variante Ômicron, que pode se alastrar. 

Segundo indica um estudo britânico divulgado ontem (10), duas doses de vacina não bastam contra a nova variante.

À rede BBC, Mary Ramsey, chefe de Imunização da Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido, disse que “essas estimativas iniciais devem ser tratadas com cautela, mas indicam que, alguns meses após a segunda dose, há um risco maior de pegar a variante ômicron em comparação com a delta”.

A esperança está nas doses de reforço. De acordo com o mesmo estudo, doses de reforço das vacinas contra a covid-19 revertem, em parte, a queda acentuada na eficácia dos imunizantes e conferem uma proteção considerável contra doenças brandas causadas pela variante.

No RJ– no compasso do cenário nacional –, porém, a vacinação com a terceira dose ainda tem números tímidos.

De acordo com a SES-RJ, desde o início da vacinação com a terceira dose, pouco mais de 1,7 milhão de pessoas receberam o reforço. Isso significa que apenas 16% das pessoas que já tomaram a segunda dose foram vacinadas com a terceira.

Na edição de ontem do Diário oficial, o governo do estado divulgou as recomendações para a realização de festas no fim do ano.

No texto, a principal orientação é de que eventos e celebrações sejam organizados de forma a evitar a aglomeração de pessoas e, nos casos mais extremos, não sejam realizados.

“Não são recomendadas atividades, mesmo em ambiente aberto, em que não seja possível evitar a aglomeração de pessoas (seja no local ou durante seu deslocamento), como shows ou apresentações artísticas em praças, logradouros públicos e praias”, diz o texto. Além disso, o Governo orienta que as autoridades sanitárias municipais é quem deve regular as festas em ambientes privados e fechados.

Por Raí de Castrofull-width

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