Ressuscitando arquivo morto


Desde a mais alta Antiguidade, o homem demonstrou a necessidade de conservar sua própria memória. No início era feito de forma oral, passando depois para o graffiti e desenhos.

A memória conservada e registrada sempre foi uma atividade inerente ao ser humano. Sem o registro de memória, ou seja, sem os arquivos seria impossível saber da existência de um grupo social.

Até mesmo a vida não existiria, assim como conhecemos, se não existisse o DNA, a memória genética registrada nesses “arquivos”.

A memória humana, ou seja, os neurônios se organizam em fichas e pastas e grava tudo que acontece na vida.

Os arquivos constituem a memória de uma organização sendo ela a coletividade, a sociedade, a empresa ou a instituição.

Ele tem a função de harmonizar o seu funcionamento e gerar o futuro. Eles existem pela necessidade de se ter um registro da memória e para isso precisam ser organizados.

É lamentável constatar a falta de políticas públicas referente aos acervos que encontramos em certas instituições.

A memória registrada é um processo que serve as exigências de uma organização e a partir de como se constituiu reflete o que poderá ser o seu futuro.

No caso de uma cidade, os documentos históricos, os livros, mapas, fotografias ou outro elemento informativo precisam ser organizados.

No caso de uma instituição, os registros de documentos, relatórios, livros de diferentes registros de anotações precisam ser avaliados.

Para isso deverá ser escolhido o que deverá ser preservado como arquivo de valor histórico. A avaliação dos documentos precisa ser feita por quem entende desse processo.

Existem técnicas embasadas em teorias que deverão ser utilizadas pelo arquivista. Os arquivos existem porque há necessidade de uma memória registrada.

Para isso, os arquivistas são fundamentais e eles devem contar com o apoio e supervisão de historiadores que irão desenvolver esse trabalho de definir o arquivo como lugar de elaboração e de conservação da memória coletiva.

O acervo público é um patrimônio documental que devem ser tratados com responsabilidade e eficiência.

O fascínio pelo novo faz com que pessoas que não tem formação para atuar nessa questão, promovam verdadeiras tragédias, descartando indevidamente documentos.

Os documentos devem ser armazenados adequadamente, pois estão sujeitos as intempéries, aos estragos ocasionados pela ação do tempo, dos insetos e demais riscos.

A falta de memória, traz a imagem de uma cidade sem tradições, sem registro, sem entendimento do valor cultural de seus documentos.

A falta de registro ou exclusão de alguns setores ou classe social subalterna revela o descaso e até mesma a ignorância de seus governantes, pois os arquivos públicos organizados possibilitam ao cidadão o acesso a sua história, aos pesquisadores oferta de material para escrever a história, contribuindo para o entendimento de sua origem, de sua evolução e podem contribuir para um futuro melhor.

Desse modo, onde encontramos um monte de coisa acumulada, onde encontramos papeis sem identificação, jornais sem catalogação, livros sem classificação e vários outros materiais sem registro, armazenados juntamente com documentos de valor, ocasionando dificuldade na localização de documentos, eles funcionam como um depósito, ou mesmo um arquivo morto e não um acervo.

Assim baseando nesse texto torcemos para que todo arquivo morto seja ressuscitado.

Por Vera Alves
Imagem: Reprodução 

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