Nasce uma cartola, morre uma estrela

Meus amigos queridos, até quando essa nação vai ser uma Ilha da Fantasia? Com que currículo os cartolas sentam na janela e, sem dar um só pontapé na bola e, para dar satisfações às viúvas das derrotas da véspera, se acham no direito de demitir seu treinador?

Renato Gaúcho tem mais histórias no Flamengo, no Fluminense, Botafogo e no futebol brasileiro, defendendo suas camisas, do que qualquer um cartola de plantão.

A vida toca desse jeito no futebol: um empresário de sucesso compra uma casa na Barra da Tijuca e adquiri uma BMW. Frequenta caríssimos restaurantes, doa dinheiro para APAE, mas quando para num sinal, o garoto se aproxima para vender a bala e pergunta: Ó Senhor...?

Sorte estar protegido pelos vidros fumê porque ia amargar outras manifestações de anonimato pelo caminho.

Seu nome não aparece nos jornais, só tem um espaço guardado para ele ocupar. Com sobras e letras garrafais. Mas vai ter que esperar. Será no obituário.

Daí tem uma ideia. Vira sócio de um grande clube, coberto pela mídia nacional. E frequenta a sauna, faz amizade e colabora com o caixa doando uma pequena fortuna ao clube Da noite para o dia vira benemérito, se torna porta voz de um grupo influente, um nome na chapa e...

Vira um cartola. Ganha notoriedade e, cheio de poderes e mandando muito, passa a despachar em uma sala enorme sem saber de nada.

Daí contrata o David Luiz, abre um buraco na zaga, e ...vocês sabem! Coisas de um cartola presa fácil para as garras de uma raposa empresário.

E agora, sem ter 1% da história esportiva do treinador, encontra os holofotes acesos, pega o microfone e ...demite o Renato.

Chega dessa p... Desde os 16 anos no futebol e é sempre a mesma coisa. Quem sabe rala pra caramba, sua camisa, aprende ser treinador orientado por Telê Santana e acaba demitido por um Zé ninguém?

E vocês ficam quietos? Com a maior voz, o microfone mais potente desse país, vão concordar que um auxiliar técnico dirija seu time contra o Ceará, que nem seu nome eu sei, no lugar de alguém com tanta bagagem e experiência?

Deveria ser o Flamengo, não o Ibis, com todo respeito, a Desportiva Ferroviária, que poderia dar exemplos. Se serviu como solução, como se tornou um problema dentro da mesma competição? Nesse caso, espera o campeonato acabar e não renova seu contrato. É mais digno. Mais justo.

Mas quem sou eu para pedir dignidade ao futebol brasileiro depois que uma bola tocou no ombro de um Marlon, de costas para a jogada e o juiz, o Var, a p..também achou melhor botar na marca do cal.

Afinal, estavam no Mineirão, quem seriam os dignos a empanar uma festa tão bonita?

Por José Roberto Padilha 
Imagem: Reprodução

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