O dia depois de amanhã


Não, não estou falando daquele filme protagonizado pelo Nicolas Cage, nem da pandemia que ainda se abate sobre nós – e em relação à qual tenho a doce e estranha convicção de que sairemos dela mais humanos, solidários e empáticos uns com os outros.

Mas não me refiro a nada disso, e sim à última segunda, em que uma falha global derrubou repentinamente WhatsApp, Facebook e Instagram, ao mesmo tempo.

Guardadas as devidas proporções da comparação, o incômodo foi suficiente para que o mundo entrasse em polvorosa. Estamos sem nossas redes sociais preferidas. E agora, o que fazer?

Como bem pontuou o professor Leandro Karnal, “por algumas horas, aquela tribo não conseguiu mandar seus sinais de fumaça; memes não voaram nas nuvens.

Houve casos de pessoas conversando entre si e olhando o pôr-do-sol do dia atípico sem postagens, alguns pela primeira vez”.

Neste intervalo, abdicamos um pouco do smartphone, porém sem deixar de dar uma espiadinha no Kwai, alistar novos contatos para o Telegram e registrar nossos comentários sobre o inusitado do momento no Twitter.

Mark Zuckerberg, co-fundador do Facebook e principal acionista do conglomerado que abrange as outras mídias, perdeu cerca de US$ 6 bilhões (junto da falha, inclua na conta a revelação da identidade da ex-gerente de produtos que vazou documentos internos da empresa, escancarando erros e fragilidades do grupo).

Além disso, serviços de delivery, como supermercados, lanchonetes e farmácias, também foram afetados e tiveram de se reinventar.

Uns utilizaram a oportunidade para inovar, convidando o consumidor a fazer uma visitinha em suas páginas e usufruir de descontos, já que sem as atividades on-line costumeiras, o tempo estava sobrando.

No fim, tudo voltou ao normal. E o dia depois do amanhã, até então imerso em outra perspectiva, segue aparentemente como sempre igual. A vida, no entanto, é feita de escolhas e renúncias.

Cabe a cada um de nós, em reflexão íntima e sincera, aproveitar a ocasião e perguntar até que ponto somos dependentes de ferramentas que, se claramente auxiliam, também podem atrapalhar. E lembrar que, nesta equação, o equilíbrio é fundamental.

#Bomfimdesemana

Por Daniele Barizon
Imagem: Reprodução / Internet

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