Jesus é Missão!

Há 95 anos a Igreja celebra sempre, no quarto domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões. E por isso, outubro é o Mês Missionário. A Igreja busca avivar na consciência e no coração dos cristãos a nossa vocação comum de discípulos-missionários de Jesus Cristo.

Para esse ano o Papa Francisco propõe como tema Jesus é Missão e, como lema “Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos"(At 4,20)

“Tudo o que recebemos, continua o Santo Padre, tudo aquilo que o que o Senhor nos tem concedido, ofereceu-nos para o pormos a render doando-o gratuitamente aos outros. Como os Apóstolos viram, ouviram e tocaram a salvação de Jesus (cf. 1Jo1,1-4), também nós, hoje, podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na história de cada dia e encontrar a coragem para partilhar com todos um destino de esperança, esse traço indubitável que provém de saber que estamos acompanhados pelo Senhor”.

O “testemunho” é a motivação da mensagem do Papa Francisco, retirada do que chama de “o livro que os discípulos missionários têm sempre à mão”, ressalta Dom Giampietro DalToso, Presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM).

“Não podemos ficar em silêncio sobre o que ouvimos, vimos e vivemos em nosso encontro com o Senhor", destaca. Assim, “o testemunho anda de mãos dadas com a memória porque no Dia Mundial das Missões, 'Recordamos com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos ajuda a renovar o nosso compromisso batismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção'”.

Ninguém é excluído da misericórdia de Deus, e os missionários, que compartilham suas vidas com os fiéis a eles confiados, na missão ao redor do mundo testemunham: "Ainda estamos aqui e não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos".

Também nós, segundo Francisco, “sejamos discípulos missionários na vida cotidiana”. E rezemos "para que cada batizado participe na evangelização e esteja disponível para a missão através do seu testemunho de vida. E que este testemunho de vida tenha o sabor do Evangelho".

Isso precisa ser destacado porque “A missão não é fazer proselitismo”!A missão baseia-se no encontro entre as pessoas, no testemunho de homens e mulheres que dizem: "Eu conheço Jesus, gostaria que tu também O conhecesses".

Se Cristo te move, se fazes as coisas porque Cristo te orienta, os outros notarão isso facilmente. E o teu testemunho de vida provocará admiração, e a admiração fará com que os outros se perguntem: "Como é possível que seja assim?" ou "De onde esta pessoa tira o amor com que trata os outros, a amabilidade, o bom humor?"Ser missionário é buscar e fomentar o encontro pessoal, face a face, pessoa a pessoa.

Jesus pede, pois, a todos nós que sejamos discípulos missionários. “Estás preparado?" Esta é a pergunta que o Papa Francisco nos faz.

A missão a que todos nós batizados somos chamados centra-se, sobretudo, em "estarmos disponíveis ao seu chamado e vivermos unidos ao Senhor nas coisas mais quotidianas, no trabalho, nos encontros, nas ocupações diárias, nas casualidades de cada dia, deixando-nos sempre guiar pelo Espírito Santo".

Recordemos o testemunho de Santa Teresinha, a padroeira das missões. Dentro de um Carmelo, entre suas relações, sua missão foi de um amor resiliente, de uma convivência fraterna e de um amor incondicional por Jesus.

Uma missão baseada na intercessão pelas pessoas.Santa Terezinha tornou-se padroeira das missões sem sair do Carmelo.

E alguns tem uma vocação especial, além fronteira: ir para a África, a Amazônia, ...; como a nossa trirriense Ir Eliene, enviado para a República dos Camarões, através da Congregação das Irmãs Filhas de São José.

Enfim, o Documento de Aparecida nos diz que, dentro do nosso coração, existe uma terra estrangeira que talvez ainda não ouviu falar de Jesus.

O nosso coração que, às vezes, está agonizando, precisando perceber, dentro de nós e ao nosso redor, o que ainda não foi tocado pelo Evangelho. Talvez falar de Jesus sem falar do nome Dele, mas sendo Jesus para as pessoas que estão ao seu redor.

Assim, peçamos a Santa Terezinha que nos ajude a cultivar um coração missionário. Que possamos evangelizar o nosso coração em preparação para evangelizar o outro!

Medoro, irmão menor-padre pecador