
Porém, é comum que quem tenha mais de 50 anos já comece a sentir discriminação por estar envelhecendo. Ouvir frases como: "Você está velho demais para isso!"ou "Lugar de velho é em casa" começa a fazer parte do cotidiano de muitos idosos.
Essa discriminação passou a ser chamada de etarismo —mas também é chamada de idadismo ou ageísmo— e é bastante comum: de acordo com um relatório elaborado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) uma em cada duas pessoas no mundo já apresentou ações discriminatórias que pioram a saúde física e mental dos idosos.
O relatório global sobre preconceito etário faz parte de uma campanha realizada pela OMS para combater estereótipos e aumentar a discussão sobre o assunto.
Aqui no Brasil os dados também mostram que o etarismo começa até mesmo antes das pessoas chegarem à terceira idade: 16,8% dos brasileiros com mais de 50 anos já se sentiram vítima de algum tipo de discriminação por estarem envelhecendo.
Problema deve ser tratado com seriedade
O preconceito de idade é uma questão séria, que deve ser tratada da mesma forma que a discriminação baseada em gênero, etnia ou orientação sexual, por exemplo.A organização aponta a necessidade de aumentar a consciência pública sobre os problemas que o preconceito de idade pode ajudar a criar.
Imagem: Reprodução/ Imagem ilustrativa
Por Valber da Costafull-width
À medida que a população de idosos continua a aumentar, encontrar maneiras de minimizar o etarismo é cada vez mais importante.
Esse tipo de preconceito também dificulta o acesso à saúde, o que eleva o número de mortes precoces. O preconceito por idade se infiltra em instituições como hospitais, centros médicos e, em alguns casos, ocorre racionamento na saúde em idosos, ou seja, a idade passa a determinar se a pessoa deve ou não receber alguns procedimentos ou tratamentos médicos.
Esse tipo de preconceito também dificulta o acesso à saúde, o que eleva o número de mortes precoces. O preconceito por idade se infiltra em instituições como hospitais, centros médicos e, em alguns casos, ocorre racionamento na saúde em idosos, ou seja, a idade passa a determinar se a pessoa deve ou não receber alguns procedimentos ou tratamentos médicos.
A segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil, realizada pelo Sesc São Paulo e pela Fundação Perseu Abramo, apontou que 18% dos idosos afirmaram terem sido discriminados ou maltratados em um serviço de saúde. E 19% declararam terem sofrido algum tipo de violência física ou verbal.
Por que isso acontece?
O preconceito pela idade se manifesta por meio da forma que a sociedade pensa, sente ou age em relação aos idosos. Isso acontece porque os estereótipos associados ao envelhecimento normalmente não são positivos.Por muito tempo, ser idoso significava ser dependente, frágil, incapaz e também era sinônimo de senilidade. tudo isso fortalece o etarismo.
O envelhecimento é um processo inexorável e traz desgastes naturais. E isso é interpretado erroneamente como um estado global de fragilidade e perda de independência e autonomia. É importante frisar que o envelhecimento varia de pessoa para pessoa e os idosos não são todos iguais.
O envelhecimento é um processo inexorável e traz desgastes naturais. E isso é interpretado erroneamente como um estado global de fragilidade e perda de independência e autonomia. É importante frisar que o envelhecimento varia de pessoa para pessoa e os idosos não são todos iguais.
Como combater?
Vale destacar que o etarismo está enraizado na sociedade e, muitas vezes, as crianças desde cedo escutam frases que desvalorizam os idosos.E assim, normalizam-se os estereótipos relacionados à idade. Frequentemente, ser velho está associado à imagem de uma pessoa triste e dependente, o que não condiz mais com a realidade da maioria.
Por isso, é fundamental que as mudanças e a conscientização da importância dos idosos na sociedade comecem dentro de casa, com os familiares. O etarismo não é intrínseco ao ser humano e essas ideias preconceituosas podem ser desconstruídas.
Por isso, é fundamental que as mudanças e a conscientização da importância dos idosos na sociedade comecem dentro de casa, com os familiares. O etarismo não é intrínseco ao ser humano e essas ideias preconceituosas podem ser desconstruídas.
Isso pode dar uma abertura para o envelhecimento de forma plena, em que há uma aceitação dessa fase, sem negações ou sofrimentos.
É necessário, portanto, que ocorra o convívio entre as diversas gerações. As crianças precisam compreender o processo de velhice, que faz parte da vida, e a necessidade do respeito.
É necessário, portanto, que ocorra o convívio entre as diversas gerações. As crianças precisam compreender o processo de velhice, que faz parte da vida, e a necessidade do respeito.
É preciso promover o conhecimento sobre o envelhecimento e aumentar ações para inseri-los, cada vez mais, na sociedade.
Afinal, uma transformação na maneira de enxergar as pessoas mais velhas e suas capacidades parece não ser somente uma questão de respeito e ética, mas também de qualidade de vida e saúde pública.
Imagem: Reprodução/ Imagem ilustrativa
Por Valber da Costa
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