Dia do mototaxista: profissionais são parte relevante do cotidiano trirriense


Embora estejam distribuídos por diferentes pontos da cidade, há entre os mototaxistas um ponto em comum: a busca pelo máximo de clientes possível. Para eles, corrida não é somente o transporte de um passageiro – é também o corre-corre contra o tempo.

O dedo levantado é sempre sinal de disponibilidade. – Moto aí, senhor? – é o que se ouve com mais frequência nos pontos. Se chegam dois ou mais passageiros, a demanda é dividida com o colega ao lado. A conta é sempre certa: em cada moto só se leva um. Destino informado, preço combinado e lá se vai uma corrida.

A próxima, no entanto, nunca é garantida. Aliás, garantia é uma palavra que não combina muito com a rotina da maioria dos pilotos. Nos pontos, o discurso é quase sempre o mesmo: “Eu trabalhava numa fábrica, mas fui demitida. Para não ficar sem dinheiro, comecei a trabalhar como mototaxi”, diz Maiara, que está na profissão há poucos meses. Do lado, a colega, Lara, segue: “Comecei aqui pelo mesmo motivo”.

Ao que se parece, trabalhar como mototaxi é uma atividade provisória para a maiorias deles. “Eu não pretendo ficar aqui sempre, não. Assim que eu puder, quero começar a trabalhar em outra coisa”, diz Guilherme. “Carteira assinada é bem melhor, né? Aqui, a gente não tem segurança de nada”, completa Maiara.

Índio, um dos mototaxistas mais antigos da cidade, porém, permaneceu na profissão. Ele carrega passageiros em sua moto desde 2001, ano em que serviço começou na cidade. Apesar de diferir de seus colegas quanto à persistência na função, a certeza dele é consensual: “Não dá pra sobreviver, não”, brinca ao ser perguntado sobre seus ganhos como mototaxi.


 
Como o serviço é autônomo, a receita deles nunca é fixa. O movimento do comércio, o dia da semana e até mesmo o tempo definem como vai ser a renda do dia.

“Já aconteceu de eu vir pra cá, trabalhar o dia todo e fazer 20 reais. Mas também já aconteceu de eu vir e conseguir 200”, explica Guilherme. “Se chover, por exemplo, quase não tem passageiro. Aos domingos também o movimento fica fraco”, acrescenta Maiara.

Além da instabilidade financeira, há ainda outro fator que preocupa os profissionais: a segurança.A crescente onda de criminalidade na cidade coloca pilotos e passageiros à mercê da própria sorte. “Eu só trabalho durante o dia, no máximo até às 19h, porque acho muito perigoso rodar de noite”, diz Maiara.



No Brasil, a profissão é regulamentada desde 2009. Em Três Rios, desde 2010, através da Lei Nº 3.351. O mototaxista, sem dúvidas, enfrenta uma jornada de trabalho repleta de perigos, e é responsável pela entrega em segurança de seu passageiro ao destino final.

Agradecemos a todos esses profissionais que auxiliam em nosso dia-a-dia, fornecendo transporte rápido e eficiente. Parabéns aos mototaxistas!

Por Raí de Castro
Imagem: Raí de Castrofull-width

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