Caminhos para a Paz – Parte IV


Encontrar-se com a paz às vezes exige um esforço voraz. Para encontrar a paz por vezes precisamos lidar com o lado atroz da existência humana, é perceptível que alguns espinhos ajudam a evitar os piores caminhos.

Não negar a existência das trevas é alimentar a luz contra elas. Ao lidar com leões não basta ser lobo, é preciso transcender as serpentes e dragões e aprender que crescemos nos detalhes e aos poucos. Lapidar-se exige buscar aprimorar-se e se desfazer de certas arestas.

Lamuriar-se demasiado dificilmente irá trazer um melhor estado. Muito do estado negativo decadente, banhado por queixumes pode ser evitado caso percebamos que determinados tropeços podem contribuir para valorosos acertos.

Para chegar a tal ponto é preciso engajar-se no refletir e gerir bem o próprio eu. Certos caminhos nos levam a transitarmos entre infernos, purgatórios e verdadeiros paraísos, entretanto, cabe a nós escolhermos onde iremos procurar abrigo, onde escolheremos fazer morada, onde irá residir o nosso eu. Seja qual for a opção de moradia, seremos nós a carregar as chaves e a abrir as portas e janelas.

Somos mais capazes de vivenciar a paz ao aprendermos que prendermo-nos aos muros das lamentações da vida só nos engessa no lamaçal, na areia movediça que nos suga e precipita.

Vivemos entre a razão, os sentimentos e as emoções, negar a importância de ambas é perder-se no oceano da existência, no entanto, nem sempre é fácil alcançar um ponto de equilíbrio entre estas esferas.

Somos repletos de emoções ancestrais que estão enraizadas no âmago da existência humana, carregamos conosco uma série de tendências sentimentais automatizadas.

Muito se fala sobre a relevância da razão, mas muitos dos que concordam com isso não dão a mesma importância para os sentimentos e emoções, algo que se mostra contraditório quando se busca uma maior compreensão do comportamento humano.

Negar a importância das emoções e dos sentimentos é desconhecer e negar boa parte de si mesmo, é ver ao invés de buscar enxergar. Razão sem emoção é intelecto sem densidade, sem carne, esquelético, não dá viga...

Tratando-se de emoções e sentimentos, podemos perceber com certa facilidade ao observarmos com atenção que, o amor e a dor se destacam. Sobre o amor, trata-se de algo de valor imensurável e que por vezes não pode ser explicado com palavras.

O amor rompe barreiras, transcende fronteiras e é capaz de desaguar feito cachoeiras. O amor por vezes surpreende o próprio intelecto e os instintos mais primitivos de sobrevivência, como nos casos de auto-sacrifício.

Religiosidade a parte, podemos observar uma demonstração de amor inabalável e imensurável no caso de Jesus de Nazaré, mais conhecido como Jesus Cristo, que foi torturado, zombado, crucificado e morto numa cruz.

Por amor a Jesus, inúmeros apóstolos, discípulos e seguidores seguiram caminhos semelhantes. Paulo que se chamava Saulo escreveu uma passagem muito relevante sobre o amor, passagem encontrada no livro mais distribuído e lido da história humana: a Bíblia. No livro de 1 Coríntios 13, 1 - 13 o apóstolo fala muito sobre a essência do amor.

Quanto a dor, o medo e a tristeza, podemos aprender muito com tudo isso, após uma análise aprofundada podemos perceber que o maior alicerce da dor pode ser encontrado no modo de enxergar, de sentir, de agir e de reagir.

A forma de agir revela muito das nossas intenções, mas a maneira como reagimos retrata muito do que realmente somos, e até onde estamos dispostos a progredir e a buscar o melhor existir.

No próximo artigo daremos seguimento ao assunto. Até lá!...

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

Por Jhean Garcia

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