Como se não bastasse isso tudo, o vírus também interferiu no cuidado à saúde dos brasileiros. Em especial, um grupo particular de brasileiros que depende exclusivamente do SUS para o tratamento, se viu muito atingido, o grupo das pessoas acometidas por hanseníase.
Muito se fala sobre o impacto da pandemia na demora na fila de transplantes, na suspensão de cirurgias eletivas ou no tratamento de doenças tão prevalentes como diabetes e hipertensão. Ao lado desses pontos tão importantes, gostaríamos de comentar sobre os desafios que enfrentaram as pessoas acometidas por hanseníase.
Desde o início da pandemia, municípios de pelo menos 18 estados do país alegaram falta das medicações usadas para tratar a hanseníase, uma combinação de três medicamentos chamada de poliquimioterapia (PQT), que além de curar a doença, previne sua transmissão.
Muito se fala sobre o impacto da pandemia na demora na fila de transplantes, na suspensão de cirurgias eletivas ou no tratamento de doenças tão prevalentes como diabetes e hipertensão. Ao lado desses pontos tão importantes, gostaríamos de comentar sobre os desafios que enfrentaram as pessoas acometidas por hanseníase.
Desde o início da pandemia, municípios de pelo menos 18 estados do país alegaram falta das medicações usadas para tratar a hanseníase, uma combinação de três medicamentos chamada de poliquimioterapia (PQT), que além de curar a doença, previne sua transmissão.
A PQT é gratuita e só fornecida no SUS. O Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan)e a Sociedade Brasileira de Hanseníase denunciaram juntou ao Ministério Público Federal solicitando a regularização do abastecimento da PQT.
Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde – Sistema Nacional de Agravos de Notificação, houve uma queda de mais de 45% no número de casos novos diagnosticados de hanseníase nos seis primeiros meses de 2020.
Isso indica que pessoas acometidas nesse momento podem não ter sido diagnosticadas. Sem diagnóstico não receberam a PQT,e assim, sem saber, podem ter transmitido para outras pessoas.
Desde 2014, no dia 5 de agosto, comemora-se no Rio de Janeiro, o Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase.
Desde 2014, no dia 5 de agosto, comemora-se no Rio de Janeiro, o Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase.
É um dia importante para lembrar sobre a necessidade de ampliar ações de enfrentamento contra a hanseníase, sobre a relevância do diagnóstico precoce e do combate ao estigma relacionado a doença. Tais desafios são tão prejudiciais ao combate à hanseníase quanto a pandemia.
A hanseníase é uma doença infecciosa e crônica, transmitida através do contato prolongado com pessoas infectadas.
A hanseníase é uma doença infecciosa e crônica, transmitida através do contato prolongado com pessoas infectadas.
Ela acomete a pele e as terminações dos nervos. Manifesta-se inicialmente por meio de manchas esbranquiçadas ou escurecidas com alteração da sensibilidade, ou por caroços na pele. Pode evoluir para incapacidade física quando não diagnosticada e tratada oportunamente.
O diagnóstico precoce é a principal forma de frear a transmissão da hanseníase e a evolução da doença, evitando sequelas graves. Por isso, caso você ou alguém que conheça apresente algum dos sintomas aqui mencionados, deve procurar o serviço de saúde para realizar exame.
Colaboração
Paula Fonseca Aarestrup - Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e bolsista de iniciação científica da Fiocruz
Ximena Illarramendi - Médica, Doutora em Medicina Tropical pelo Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz
Imagem: Reprodução/ Imagem ilustrativafull-width
Ximena Illarramendi - Médica, Doutora em Medicina Tropical pelo Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz
Imagem: Reprodução/ Imagem ilustrativa
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