Ibeji

Ibeji é o orixá protetor das crianças, porém, em especial das crianças gêmeas, pois representa a dualidade, na vida, através do nascimento. 

No sincretismo religioso, este orixá está associado aos santos católicos São Cosme e São Damião, pelo fato de serem santos gêmeos. São homenageados no dia 27 de setembro.

O domingo é o dia da semana dedicado à Ibeji.

O seu ambiente vibracional é o mesmo dos Erês (crianças espirituais) - os jardins.

As principais cores deste orixá são o azul, o rosa e o verde. Todos em tons bem clarinhos. Conhecidos como “tons bebê”.

Os doces são a fonte de troca de energia com Ibeji, bem como com os Erês. Por esta razão, no dia de São Cosme e São Damião, muitos devotos e simpatizantes deste orixá aproveitam a data para não só homenageá-los, mas para cumprirem promessas e, como tradição, oferecerem doces, balas, bolos e guaraná para os pequenos. Brinquedos e roupas também são itens oferecidos às crianças. Muitas delas, passam o dia pelas ruas do bairro onde moram em busca das guloseimas.

São Cosme e São Damião, eram dois jovens que possuíam o dom da cura. Reconhecidos e respeitados como médicos, se dedicavam a cuidar das pessoas mais humildes e nada cobravam pelos atendimentos. Nascidos em uma família nobre, eram cristãos e conscientes da importância de propagarem os ensinamentos de Jesus. Encontraram, através da caridade, com o atendimento gratuito aos enfermos, a forma mais humanizada de praticarem a fé em Cristo.

Erês são crianças espirituais que, na umbanda, se manifestam através da incorporação dos médiuns. Logo, vale ressaltar que são duas energias distintas. Uma, os Erês, representa as crianças em espírito. A outra, Ibeji, é uma divindade associada aos gêmeos.

Os gêmeos nascem, se desenvolvem, tornam-se adultos e continuam gêmeos, mantendo-se ligados à proteção de Ibeji por toda a vida, dado o contexto da representatividade e do fundamento deste orixá – a dualidade.

Erês, não, necessariamente, são gêmeos.

De um modo geral, as crianças são alegres, carismáticas e espontâneas. São maleáveis e por esta razão a educação, a introdução dos bons valores deve ser iniciada na infância. Possuem um jeito livre de ser e a inocência é uma peculiaridade. Quando entram na adolescência, as suas características individuais começam a se manifestar. É quando a fase adulta inicia o seu lento processo. Daí a razão pela qual, em especial, aqueles que não possuem Ibeji na coroa espiritual vão sendo moldados, exclusivamente, pelas características principais dos seus orixás de cabeça, adquirindo personalidade própria. Esta vai se aliando, com o decorrer da sua formação, a um comportamento mais condizente com as energias dos pais de ori (cabeça).

Crescer é inevitável. Amadurecer é uma necessidade, se quisermos ter o mínimo de habilidade para lidarmos com todas as nuances de uma vida adulta. Porém, nada nos impede, independente da coroa espiritual de cada um de nós, de adoçarmos o nosso existir mantendo a nossa criança interior ativa. Um pouco de leveza e desprendimento podem ajudar no processo de cumprimento da missão do espírito, diante das provações diárias da matéria, nesta passagem pelo planeta Terra.

Contudo, é importante ressaltar que manter em nós um pouco da essência da criança que fomos um dia, bem como interagir com o mundo, através desta criança interior, não significa ser um adulto infantil e nem ter permissão para se dispersar, sob a alegação da inocência, dos valores que sustentam a nossa paz íntima uma vez que, “adultos”, somos os principais responsáveis pelos nossos atos.

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