Caminhos para a Paz - Parte III




Para falar de paz é preciso lembrar do polo oposto, o caos. Viver de forma contínua em um estado pleno de harmonia com o universo perceptível e com nós mesmos não é impossível, entretanto, improvável. Não se trata de ser pessimista, mas de ser realista, de não se deixar levar por certas hipocrisias e de valorizar a complexidade das vistas.

Muito do quanto se vê depende do perceber. Costumo dizer que mais importante do que ver é conseguir enxergar. Para conseguir enxergar melhor é preciso subir os degraus do perceber, perceber este que envolve querer, se atentar, aprimorar e vigiar. Nessa existência humana podemos perceber que possuímos variadas limitações perceptivas, mas podemos transcender inúmeras cortinas e procurar curar variadas feridas da vida.

Na vida por vezes encontraremos obstáculos e dificuldades, momentos turbulentos, eufóricos, momentos de falatórios e momentos de silêncios profundos, momentos que irão exigir muito das nossas estruturas para que não naveguemos em navios sombrios, navios fantasmas construídos com a matéria prima dos fatores externos e na maior parte das vezes por fatores internos, por pedaços de nós mesmos. Somos seres socioculturais, socioemocionais... Somos eu e eus em meio aos mares de eus. Interferimos no meio e somos influenciados por ele. Me arrisco a dizer que entre mortos e feridos todos se feriram.

Às vezes é preciso atravessar um mar em chamas, enfrentar medos e receios, mas para isso é preciso aprender a utilizar com sabedoria as ferramentas necessárias. Isso envolve fazer bom uso e desenvolver determinadas competências, habilidades e atitudes.

Buscar equilíbrio para encontrar a paz representa atentar-se a inúmeros gatilhos, a determinados hábitos, costumes, crenças, valores, lixos e jeitinhos. Somos mestres em querer dar jeitinhos e remendar coisas e situações que na verdade precisam de maior atenção, dedicação, conserto ou descarte. Somos seres muito evoluídos no sentido de armazenar lixos desnecessários que devem ser descartados ou reciclados. Vale ressaltar que alguns resíduos/lixos precisam ser descartados para serem reciclados ou para de fato ganharem o status de rejeitos. O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde foram esgotadas todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem.

Não compensa viver como o carrasco de si mesmo nos cenários dos mais variados fiascos. Para sair dos labirintos se faz necessário construir novas histórias, novos escritos. Algo que ajuda muito nisso é atravessar certos portais mentais e situacionais. Atravessar portais ajuda a desbravar novos horizontes, a romper barreiras, a construir pontes, a transcender fronteiras.

A cada novo vento e evento, a cada novo batimento podemos assimilar que o tempo é o martelo do corpo. Cabe a nós fazermos o melhor uso do tempo que temos para obtermos os melhores escopos.

Vivemos em um mundo cada dia mais dinâmico, oco e um tanto quanto louco. Para lidar com leões não basta ser lobo, é preciso buscar sabedoria e encontrar-se com a paz.

No próximo artigo daremos seguimento ao assunto. Até lá!...

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

Por Jhean Garcia


Imagem: Michel Kwan– Pixabay
Coluna Jhean Garcia



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