Alimentação saudável ganha ainda mais relevância em meio à pandemia



O mapeamento dos grupos de risco associados à covid-19 tem progredido gradativamente ao longo da pandemia, ressaltando a relevância de hábitos rotineiros, como a alimentação e a proatividade física, para a manutenção da saúde e dos mecanismos de defesa que reduzem a vulnerabilidade frente a doenças.

Mesmo com estas informações em evidência, um levantamento conduzido pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), em 2020, identificou que quase 60% dos domicílios brasileiros se encontram em situação de insegurança alimentar no atual cenário.

Além disso, entre os que fazem parte desta porcentagem, o consumo de alimentos considerados saudáveis foi reduzido em 85%.

Segundo a Dra. Natália de Souza Alves Seixas, nutricionista do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, diversos fatores sociais impostos pelo cenário pandêmico contribuíram negativamente para uma alteração nos costumes associados à alimentação dos brasileiros.

“Com a pandemia, as famílias tiveram mudanças consideráveis no estilo de vida e nos hábitos alimentares. A elevação do nível de ansiedade, associado ao desânimo, estimulou o consumo de alimentos processados, ultraprocessados e de fácil preparo, onde a presença dos açúcares e gorduras existentes nesses alimentos torna o consumo mais agradável, e ocasiona sensação de bem-estar”, adiciona.
Curiosamente, a saciedade oferecida por alimentos desta natureza é superficial, pois possuem alto índice glicêmico e elevam a produção de insulina no organismo, ocasionando uma queda na glicemia e gerando mais vontade de consumi-los.

De acordo com a Dra. Viviane Galvão da Costa, que também atua como nutricionista na instituição, o consumo exacerbado destes alimentos pode levar a uma série de complicações que impactam a qualidade de vida a longo prazo.

“Entre estas estão a hipertensão, diabetes e as doenças de origem cardiovascular. Destaca-se, principalmente, a obesidade, uma enfermidade metabólica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura, sendo normalmente ocasionada pela ingestão exagerada de alimentos e inatividade física, podendo também levar ao aparecimento de diversas doenças crônicas”, ressalta.

Além de facilitar o desenvolvimento destas, e muitas outras condições, a má alimentação pode contribuir para a incidência de repercussões mais graves no caso do acometimento por complicações, como a covid-19, o que reforça a relevância do consumo de refeições com valores nutricionais adequados, principalmente em meio a pandemia.

“Tendo em vista que um estado nutricional inadequado se associa diretamente a um pior prognóstico e a um risco elevado de complicações em casos de doenças como a covid-19, manter uma alimentação saudável torna-se essencial. Esta recomendação é ainda mais pertinente para os indivíduos que fazem parte dos grupos de risco, como os idosos, que frequentemente apresentam problemas relacionados à má nutrição e a falta de atividade físicas”, completa a Dra. Seixas.
Ambas as especialistas destacam a existência de uma série de medidas e cuidados que podem ser adotados no dia a dia por aqueles que buscam garantir uma alimentação regrada e saudável.

Entre as principais recomendações citadas, e reforçadas pelo Ministério da Saúde, estão a priorização de alimentos de origem natural; a utilização de óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades no preparo de refeições; a redução no consumo de alimentos processados, evitando os ultra processados e o planejamento de espaços na rotina dedicados exclusivamente à alimentação, visando dar o tempo adequado para a seleção e preparo da comida.

Outras recomendações relevantes incluem dar preferência a locais com comidas frescas quando a alimentação for feita fora de casa e dedicar esforços ao desenvolvimento de habilidades culinárias, pois as refeições preparadas tendem a ser mais saudáveis do que as prontas para consumo.

“Existem vários benefícios relacionados a uma alimentação saudável, como o aumento na disposição para as atividades diárias; melhora na qualidade do sono; maior facilidade no controle de peso; redução da suscetibilidade diante de doenças crônicas e prevenção do envelhecimento precoce”, destaca a Dra. Galvão.

Assessoria HCNSC
Imagem: Reprodução
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