Olhem a sua volta, vejam na agenda dos seus filhos, corram até os clubes sociais e tentem encontrar um projeto esportivo gratuito para você inserir seus filhos.
Eu disse gratuito, com várias modalidades esportivas, orientado por professores de educação física e ex-atletas, que introduzisse o esporte como uma ferramenta fundamental para a saúde da população.
E que encaminhasse os talentos para centros de treinamentos voltados para o alto rendimento.
Esses destaques competiriam no município, depois no estado e, finalmente, a nível nacional e já apoiados pelo COB, receberiam o Bolsa Atleta.
Mas nada disso acontece. E você percebe, assustados, que 303 atletas olímpicos foram nos representar no Japão.
Aonde estavam? Pois só este mês, em quatro anos, que o Globo Esporte cedeu algum espaço do futebol. Sem mídia, patrocínio, competições de ponta, como se prepararam?
Tão desprestigiado nosso esporte, tratado como um subproduto, que nem sabemos quem é o Ministro dos Esportes, o presidente do COB, o secretário que comanda a pasta no nosso estado.
E agora a TV Globo busca desesperadamente, na luta por audiência, dentro do esforço pessoal de cada um desses heróis, a notícia por alguma medalha.
Mas como, se não os apoiou ou abriu espaço para se sentirem prestigiados, motivados e amparados?
Se ganharmos medalhas, essas serão conquistadas pelos méritos únicos e exclusivos de cada um desses corajosos atletas.
Verdadeiros heróis nacionais.
Como nossos pracinhas que partiram para a primeira guerra mundial sem qualquer preparo ou estratégia, e trouxeram medalhas das batalhas em Monte Castelo, esses meninos e meninas olímpicos merecem todo o nosso respeito.
Vamos torcer para que se superem ainda mais, vençam suas provas mesmo contra todas as evidências.
E voltem para suas casas fincadas em um país que deveria, antes de ter orgulho das suas conquistas, tomar, de uma vez por todas, vergonha na cara, na bola, nas quadras, nos ginásios, dentro e fora d'água...
Por José Roberto Padilha
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