Ainda menina, Rebeca Andrade, então ginasta do Flamengo, viu seu sonho, e de toda as suas colegas, ruir quando o ginásio do seu clube pegou fogo e o Complexo Esportivo da Rocinha foi invadido pelas águas.
Sem lugar para treinar, a preparação das equipes feminina do clube e da seleção brasileira, comandadas por Georgete Vidor, foram interrompidas. E as Olimpíadas do Rio estavam próximas.
Só havia um espaço montado com uma estrutura de ponta para atendê-las em todo o estado, e era no Planeta Vida, em Três Rios.
Nosso prefeito, Vinicius Farah, e eu, como secretario de esportes, não só a convidamos, como alugamos uma casa no centro da cidade para se hospedarem. O vice-prefeito, José Ricardo, fez questão de adquirir toda a mobília. Inclusive, televisão, geladeira e camas beliches.
A seguir, toda a delegação foi matriculada no Ciep Marco Polo, e a kombi da secretaria de educação as transportavam.
A alimentação de toda a equipe também ficou a cargo do governo do município.
E a secretaria de saúde realizou todos os exames necessários para as competições. Inclusive os de antidoping.
Não foram dois dias ou dois meses. Durante dois anos e meio nossas ginastas, inclusive a Flávia Saraiva, se tornaram cidadãs trirrienses, tal o carinho com que foram recebidas pela nossa população.
Deu tudo tão certo nessa parceria, que o treinador russo, Alexander Alessandrov, contratado pelo COB, veio se hospedar no Hotel Comendador. Pessoalmente, o levei para aprender Português em nosso CVT.
Hoje, quando o Brasil comemora essa fantástica conquista no Japão, é bom lembrar que um pouco do brilho dessa cobiçada medalha veio daqui.
Veio de um governo que jamais subestimou o esporte, pelo contrário, investiu pesado em todas as modalidades.
Ganhamos a Copa Rio Sul de Futsal, fomos campeões dos Jogos Abertos do Interior no Futebol de campo e no Futsal Feminino, sediamos as quatro edições do Tour do Rio e inauguramos o primeiro núcleo de Saltos Ornamentais, no CAER.
Parabéns, Vinicius Farah, pela ousadia e visão administrativa ao erguer o Planeta Vida, um lugar onde os idosos e portadores de necessidades especiais recebiam o melhor dos tratamentos. E nossas ginastas um complexo esportivo,com todos os aparelhos de ponta, voltados à ginástica artística.
COmo ex-atleta, Vinicius Farah sempre soube dos benefícios oferecidos pelo esporte e jamais negou recursos e esforços para que nossa população tivesse acesso gratuito à sua prática.
E a ginástica artística brasileira, e essas suas meninas maravilhosas, não deixaram de ter um lugar para treinar e sonhar para que esse dia, dos sonhos de todo atleta pelo mundo, um dia se concretizasse.
Como já dizia nosso Comendador Humberto Bello, "Volta a cidade a vibrar!"
Coluna José Roberto Padilha
Imagem: Reprodução
Postar um comentário