Artista plástico retrata cenários de cidades do Rio em pinturas

Ronan, que quer contemplar todo o estado, já tem quadros com paisagens do Centro-Sul


O artista plástico Ronan Pinho, de 34 anos, morador de Duas Barras, cidade do norte fluminense, está desenvolvendo um projeto desafiador: pintar um ponto de turístico de cada cidade do estado do Rio.

Segundo Ronan, a ideia surgiu despretensiosamente. Em 2020, o artista pintou a igreja matriz de sua cidade – a Igreja de Nossa Senhora da Conceição –, mas não imaginava que essa seria a primeira obra da série.

“Quando eu fiz a pintura da matriz, as pessoas gostaram muito. Logo em seguida, eu fiz outra com a igreja de Bom Jardim, que também foi um sucesso nas redes sociais. A partir daí, passei a pintar pontos turísticos das demais cidades da minha região, até que considerei retratar cidades de outras partes do estado”, comenta.

Igreja Matriz de Bom Jardim, RJ


A primeira pintura com pontos turísticos de municípios mais longínquos foi a da Praça João Werneck, de São José do Vale do Rio Preto, na região serrana. De acordo com Ronan, o reconhecimento recebido dos rio-pretanos foi o que o motivou a querer pintar todas as cidades fluminenses.

“Embora eu nunca tenha visitado a cidade, muitas pessoas de lá começaram a entrar em contato comigo pela internet depois de terem conhecido minha pintura. Inclusive, um jornal da cidade me procurou para fazer uma reportagem. Depois disso, eu decidi, de fato, seguir com a representação de todo o estado”, explica.

As pinturas de Ronan são feitas sobre diversos materiais, como tela, madeira e azulejo. Os traços, muito bem pincelados, não denotam tão pouco tempo de profissão. De acordo com o artista, o dom – como ele se refere à sua habilidade – foi descoberto ocasionalmente há apenas quatro anos, quando começou a pintar.

Hoje, Ronan já tem seu estilo estabelecido: sua preferência é retratar paisagens rurais e imagens sacras. As pinturas que têm inspiração em cidades do Centro-Sul fluminense confirmam a tendência: a Trilha do Boi Bandido, de Areal, e a Fazenda do Pau Grande, de Paty do Alferes. Há ainda, em execução, uma pintura da Fazenda União, de Rio das Flores.

Fazenda do Pau Grande, localizada em Paty do Alferes


Trilha do Boi Bandido, em Areal

O tempo para finalizar uma obra, segundo Ronan, depende do tamanho que ela terá e do material utilizado como base. Dentre os materiais que o pintor geralmente usa, madeira e azulejo são os mais complexos para execução da pintura, enquanto a tela torna mais simples o processo.

O quadro de Ronan que levou mais tempo para ser finalizado é o que reproduz o Taj Mahal, monumento mais famoso da Índia, pintado em 2018. “Foram aproximadamente dois meses para terminar”, conta Ronan. “Além de ser um quadro grande, e que retrata uma obra muito complexa para reproduzir, foi feito no início da minha carreira como pintor, quando eu não tinha muita prática”, explica.

Ronan e a pintura do Taj Mahal

Ronan começou a pintar por intervenção de uma amiga. Alcione, que na época estava montando o próprio salão de manicure, convidou o amigo para fazer duas pinturas nas paredes do local. “Nós estudamos juntos, então ela sabia da minha habilidade para desenhar, no entanto eu nunca tinha pegado num pincel. Como ela insistiu, eu aceitei o convite e, para nossa surpresa, o resultado ficou bom”, conta Ronan. Depois do êxito com a primeira pintura, o artista embarcou nas tintas e nunca mais largou a profissão.

O próximo passo, segundo Ronan, é pintar cidades de outros estados e animais da fauna brasileira, sempre retratando elementos da cultura do país. Até aqui, ele já homenageou nas pinturas personalidades do Brasil, como Ayrton Senna e Sílvio Santos, e músicas atemporais, como ‘O menino da porteira’ e ‘Comitiva Esperança’.


O trabalho completo do artista pode ser acompanhado através do perfil no Instagram @ronanppinhho.

Por Raí de Castrofull-width


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