Adeus, amigo


Cai a mais bela das tardes. Daquelas muitas que você percorreu correndo. O esporte é vida. Mas o que é a vida?

Um direito de todos permanecerem ao lado dos seus, aprendendo, repassando, recolhendo...

Colhendo frutos, plantando exemplos, levantando suas primas no colo, se divertindo e alegrando com o maior astral os que circulavam a sua volta.

Há um tempo para essa vida, e uma parte preciosa lhe foi roubada. Retirada no auge da sua performance. Na plenitude do seu equilíbrio.

Você fez a sua parte, Alaim Aguiar. Será que a vida fez a sua?

Conhecendo poucos da sua família, hoje, na despedida, nem precisou a Maristela nos apresentar.

A dor, o tamanho da perda, chegavam estampadas. As lágrimas, o tamanho da falta, dispensavam formalidades. Quanto mais querido, toda a despedida se faz ainda mais sofrida.

E sua mãe...

Que doce, que sensibilidade, falou por todos e sofreu mais que todos sem perder a nobreza. Tentou ser mais forte que a incompreensão, mas como se a desordem dos fatores levou um dos seus melhores produtos?

Conversamos pouco, nos admiramos muito. O esporte tem essa cumplicidade. Sempre achamos que vamos ter um tempo para nos aproximar dos nossos que pensam próximos. Que um tempo estaria reservado para isso.

Não tive tal privilégio. Azar o meu.

A corrida pelas estradas da vida é daquelas em que todos desejavam que você cruzasse em último. Não foi possível.

Descanse em paz.

Por José Roberto Padilhafull-width

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