Como ponta esquerda, parte dos nossos treinamentos, ao longo da carreira, era receber uma bola na linha de fundo e cruzar para grande área. Um pouco depois da bola ser lançada, partiam os centroavantes. Um de cada vez, para calcular o tempo, a altura e a velocidade da bola com que concluiriam a jogada.
Nos jogos, havia uma outra dificuldade para eles, centroavantes: calcular a linha dos zagueiros para não ficar impedido.
Nesse vestibular, foram poucos os que foram aprovados. Uns chegavam antes, outros se atrasavam, e a maioria concluía para fora. Tem que ter o domínio do chute, o tempo da bola e a precisão do cabeceio.
Aí, separados eram os meninos, que ficaram pelo caminho, dos homens, como Flávio, o Minuano, Nunes, Manfrini e Luizinho, que guardavam nas redes os cruzamentos nem sempre realizados com perfeição.
Ontem, Bruno Henrique fez este trabalho de ponta. E foi exaltado, considerado o melhor em campo, como se o gol fosse todo dele.
Pouco elogiado foi o centroavante que acompanhou a jogada e calculou tudo direitinho. Não se impediu e se jogou para alcançá-lo no tempo certo.
Pra quem não jogou bola, como Luiz Roberto, foi mole a conclusão, qualquer criança o faria. E assim ele narrou : Sabe de quem?
Pedro, respondemos. Uma pena que ele não alcançou o tamanho dos fundamentos necessários para colocar aquela bola no fundo das redes.
Ele vive querendo saber de quem foi o gol, mesmo não sabendo como quem o fez para decidir a partida.
E o Roger e o Caio, um que cansou de cruzar para o outro concluir, nem aí para exaltar o talento decisivo de quem realmente decidiu.
José Roberto Lopes Padilha
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