Nelson Mandela, o homem que mudou a história

 


Junto de seus corajosos companheiros, também heróis como ele, sempre alimentou a esperança, durante décadas, contra o desumano sistema de segregação racial em sua amada África do Sul. Em 1964, no banco dos réus, em Pretória, e esperando uma sentença de morte, apenas declarou: “Pelo meu povo, estou preparado para morrer!” Foi condenado à prisão perpétua e, até ser libertado em fevereiro de 1990, passou por várias penitenciárias, de formas humilhantes.

Sua história, como ser humano e líder político vitorioso, é a síntese de uma verdadeira lição de vida. Seus biógrafos contam e comprovam que seu tempo de lutas chega a quase setenta anos. Vale a pena a gente ler e reler, várias vezes, o livro “ Nelson Mandela, conversas que tive comigo”, lançado pela Editora Rocco e idealizado pelo jornalista e escritor Verner Harris. O livro nos apresenta muitas de suas cartas à família, aos amigos, às autoridades; anotações importantes em sua infinidade de cadernos; declarações, lembranças, reflexões, pequenos detalhes, conversas que ele foi registrando ao longo de sua vida. E que hoje, nos originais, fazem parte do acervo de vários museus que levam seu nome.
Nelson Mandela, o maior símbolo da resistência ao apartheid, o “Pimpinela Escarlate Negro”, o homem que foi o mais procurado de toda a África do Sul. 

Em 1913, sob o domínio do colonialismo inglês, uma minoria branca, que mal chegava a 15% da população do país, era proprietária de cerca de 87% das terras. Formado em Artes, advogado, homem de muita leitura, enquanto prisioneiro foi torturado, submetido a trabalhos pesados, quebrou pedra, passou fome, adoeceu várias vezes. Procurou sempre manter o equilíbrio, a serenidade. Na prisão de Pollsmoor, na Cidade do Cabo, plantava verduras no telhado...

Durante os anos em penitenciárias, o mundo inteiro esteve atento aos acontecimentos em terras sul-africanas. Iniciado pelo bispo Desmond Tutu, em todas as partes o movimento “Libertem Nelson Mandela!” foi ganhando força. Governos, autoridades civis e religiosas, artistas, intelectuais, o povo nas ruas em vários países também se juntaram ao movimento. Já não havia mais como mantê-lo por mais tempo na prisão.

Em fevereiro de 1990 Mandela foi libertado. A imprensa do mundo inteiro ali para registrar tudo. O povo sofrido, agora nas ruas, cantando e dançando de alegria! Todos juntos para ver, ouvir e abraçar o seu ídolo maior. Em seu primeiro pronunciamento, ao lado da família e companheiros de luta, Mandela leu a Carta da Liberdade, elaborada e conhecida de todos desde o ano de 1955. O que já valia naquele ano, continuava valendo em 1990 – e vale até hoje, para todos os povos.

Em 1993, junto ao ainda presidente sul-africano, Frederick de Klerch, Mandelarecebeu o Prêmio Nobel da Paz. Não queria ser presidente, mas seu povo o elegeu em maio de 1994 – primeiras eleições democráticas do país. Tomou posse em Pretória, onde exatos 30 anos antes, como réu, fora sentenciado à prisão perpétua. A longa caminhada do povo, até a liberdade de sua nação, seria inimaginável sem a dolorosa caminhada pessoal de Mandela.

Em alguns de seus cadernos, escritos na prisão, Mandela anotou: “O propósito da liberdade é criá-la para os outros. São somente minha carne e meu sangue que estão trancados atrás dessas grossas paredes. Em meus pensamentos, sou livre como um falcão.” Numa anotação, fez questão de registrar, em 28 de maio de 1986, o título de um filme a que assistiu na bilbioteca da prisão: “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola!” O pássaro Mandela, hoje, canta no céu, livre e solto...

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